ARMADILHAS NA CARREIRA DO RI
por SILVIA PEREIRA
A carreira de Relações com Investidores (RI) no Brasil está presa em uma armadilha causada por uma fusão de conceitos que confundem atribuições, responsabilidades e foco. Esta é corroborada pela exigência de que a companhia aberta designe um diretor estatutário para a função RI (Instrução CVM no. 480).
Em qualquer lugar do mundo uma companhia aberta se submete as exigências do órgão regulador dos mercados em que se registra e precisa ter processos e profissionais preparados para executar o cumprimento das obrigações de divulgação. Produzir documentos e cumprir as obrigações de companhia aberta não é a razão de ser de “Relações com Investidores”. RI atende o desejo das companhias, abertas ou não, de darem visibilidade ao seu negócio, promoverem o investimento nos seus títulos e valores mobiliários, cultivar o mercado investidor e assegurarem o acesso a capital. Trata-se de função de relações públicas, voluntária, direcionada ao investidor que, em se tratando de companhia aberta, se desenvolve em estrita observância a legislação de mercado de capitais e requer conhecimentos específicos de finanças, marketing e comunicação dos profissionais que a exercem. É uma atividade core de comunicação corporativa. Seu valor está na crença de que este trabalho contribui para reduzir a assimetria informacional, educar o mercado sobre o negócio da companhia e administrar as expectativas de forma a produzir conforto informacional para a tomada de decisão e, com isso, atingir a precificação correta de seus títulos e financiamentos, reduzindo seu custo de capital.
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