A percepção de que o Ibovespa pode não ser o melhor balizador do desempenho atual da economia brasileira, levou a Gradual Investimentos a lançar um novo indicador: o Índice Gradual Brasil 30 (IGB30), uma carteira teórica de ações de 30 empresas listadas na BM&FBovespa com destaque para os setores de bancos, alimentos, bebidas, comércio, consumo e shoppings. A intenção é fazer com que o índice reflita o comportamento da economia interna, expurgando empresas do setor de commodities ou dependentes do mercado externo que têm uma maior volatilidade.

A equipe de research da Gradual Investimentos sempre atende os jornalistas de economia e, muitas vezes, as perguntas giram em torno de explicações sobre o sobe e desce - com oscilações grandes - do Ibovespa. Segundo o ex-analista-chefe e atual estrategista da Gradual Paulo Esteves, muitas vezes os analistas tinham dificuldades para explicar o desempenho do índice da Bolsa a partir da evolução de indicadores macroeconômicos do país. A dúvida que ficava no ar é que o Ibovespa poderia já não ser uma “régua” tão calibrada para medir o desempenho da economia doméstica.

A partir daí, chegaram à conclusão que a corretora precisava de um índice de ações alternativo e mais voltado à atividade interna do país. Na avaliação de Esteves, a princípio isso não significa que exista um índice bom e outro ruim, mas que o investidor deve ficar atento à metodologia de cálculo de cada um. “No caso do Ibovespa, a ponderação das ações por liquidez pode levar a interpretações errôneas do investidor pouco familiarizado com o mercado de capitais. Por exemplo: ações de empresas em crise podem ter forte movimento vendedor na bolsa, com isso ganhando peso no Ibovespa e pressionando o índice para baixo. No índice ponderado por valor de mercado, o caso do IGB30, isso não acontece”, afirma Paulo Esteves.