Os grandes eventos que se realizarão no Brasil a partir do próximo ano como a Copa do mundo e as Olimpíadas de 2016, ainda não se materializaram em um grande aumento do fluxo de investimentos estrangeiros para o país, contrariando o que foi apregoado por consultores econômicos, analistas e representantes do governo. Por outro lado, também não se viu uma fuga de capitais, como esperado por agentes do mercado, devido ao abalo na confiança dos investidores estrangeiros em relação ao marco regulatório do país – em consequência de mudanças nas regras do jogo, como aconteceu no setor elétrico – e ainda a outras variáveis como inflação escapando da meta e fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

Em 2012, o valor da carteira (portfólio) dos investimentos estrangeiros no país fechou o ano em US$ 398,65 bilhões, 14% mais que em 2011, conforme dados da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Em fevereiro de 2012, porém, o valor chegou a US$ 440,21 bilhões, o que se comparado ao fechamento do ano representou uma redução de 10,4%. Desse valor, 64,7% estava na renda variável e 32,7% na renda fixa. No fechamento do ano passado, 58,02% estava na renda variável e 39,24% na renda fixa, dados da CVM.

Os números sobre os recursos de investimentos estrangeiros no país no início deste ano também não apontam redução, conforme líderes do mercado de custódia no Brasil e no mundo como o Citibank e o JP Morgan. De acordo com Márcio Veronese, diretor de serviços qualificados ao mercado de capitais do Citi, há uma estabilidade muito grande em relação ao investimento no país. “Não percebo saída de forma substantiva.” Em janeiro deste ano, estava em custódia no Citi R$ 398 bilhões, valor superior aos R$ 359 bilhões registrados no mesmo período de 2012. Do total da carteira deste ano, 70% estava aplicado em renda variável e 30% na renda fixa. O Citi é líder do ranking de custódia de investidores estrangeiros no Brasil há 20 anos e, atualmente, detém 55% desse mercado.