Turbulências financeiras e dúvidas sobre títulos de empresas e países colocam as agências de classificação de risco novamente no centro do debate.

Desde a crise financeira de 2008, as agências de rating estão na mira de reguladores do mundo todo. Elas tiveram papel importante na crise ao darem notas aos papéis lastreados em financiamentos imobiliários e a outros derivativos. Parte dos papéis que recebiam a nota mais alta eram lastreados em financiamentos com pouquíssima probabilidade de serem pagos. Investidores compravam papéis “AAA” pensando que eram seguros, quando na verdade eram muito arriscados.

Em janeiro de 2011, a Comissão de Inquérito da Crise Financeira acusou as agências de serem "engrenagens essenciais na roda de destruição financeira" e "importantes facilitadores do colapso financeiro". Para o economista Giuliano Contento de Oliveira, professor do Centro de Estudos de Economia Internacional da Unicamp, de fato, as agências têm demonstrado grande incapacidade em evitar erros grosseiros. “Notas muito boas foram dadas a ativos que um pouco mais tarde foram qualificados de ‘lixos tóxicos’”, recorda.