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Peter R. Gleason é diretor executivo e CFO da National Association of Corporate Directors - NACD, a maior associação global de Conselheiros de Administração. Também atua como tesoureiro do Conselho da NACD, bem como COO do Centro de Liderança de Conselhos da entidade. Gleason participa de vários conselhos e comitês - e é um dos experts em governança mais citados na imprensa americana. Em outubro último, Gleason esteve no Brasil participando como palestrante do 13º. Congresso Internacional de Governança Corporativa, promovido pelo IBGC. Acompanhe a seguir, a entrevista exclusiva concedida por ele à Revista RI.
RI: No 13º. Congresso IBGC, o senhor mencionou que o governo americano aparenta utilizar uma postura “reativa” quando propõe uma maior regulamentação do setor financeiro. Como as companhias podem evitar problemas éticos e mitigar excessos sem terem que se fiar tanto no processo regulatório institucional?
Peter Gleason: O oversight proporcionado pelos conselhos, neste caso, é fundamental em dois aspectos. Primeiramente, os conselhos devem se certificar que as companhias tenham um sistema operacional de compliance jurídico. Nos EUA temos uma decisão judicial (In Re Caremark International Derivative Litigation 1996), onde o juíz William T. Allen da Corte de Delaware disse que os conselheiros não precisam de táticas de espionagem interna para evitar malfeitos, mas têm que “tentar montar um sistema de divulgação e fluxo de informações que funcione de forma razoável”. Hoje em dia, esses elementos necessários incluem uma “hotline” para denúncias de violações legais, e que o auditor interno se reporte diretamente ao comitê de auditoria, e que um código de conduta (lido e compreendido para e por todos os funcionários, conselheiros e fornecedores) exista. A Seção 407 da Sarbanes-Oxley define os elementos dos códigos de ética, e as companhias devem incluir esses itens. Em segundo lugar, e tão importante quanto, é que os conselhos desempenhem um papel importante no desenvolvimento de um ambiente ético em toda a companhia. Isso significa a escolha de um CEO que tenha altos padrões éticos de conduta e que ele, ou ela, possa ter uma equipe executiva que seja bastante ativa na disseminação dessa cultura dentro da própria companhia.