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Pesquisa da consultoria Edelman aponta que as organizações brasileiras conduzidas por seu fundador, ainda que de menor faturamento, são mais confiáveis do que as administradas por outros profissionais e até mesmo do que as geridas pelo Estado. Na sondagem, o índice de confiança nas grandes companhias familiares ficou em 80%, seguido pelas empresas de capital aberto, com 75%. Pequenas e médias empresas administradas por parentes obtiveram média de 72%.
Pedro Adachi, especialista em empresas familiares e sócio da Societàs Consultoria, explica que tal resultado pode ser explicado por algumas características intrínseca deste tipo de negócio, como uma maior preocupação com o longo prazo e uma agilidade na tomada de decisão, que são fatores essenciais em momentos de crise, sendo verdadeiras vantagens competitivas. “No cenário nacional atual, com diversos problemas de governança e compliance afetando algumas empresas públicas, a imagem das empresas familiares têm se tornado ainda mais positiva”, afirma.
No entanto, Rodolfo Araújo, responsável pela pesquisa, avalia que um aspecto negativo é a pouca atenção que essas organizações dedicam à transparência nas práticas e à comunicação com seus públicos, questões cobradas de companhias com ações na Bolsa de maneira sistemática pela legislação. Araújo aponta que a comunicação é o aspecto que mais precisa melhorar: “O ambiente no mercado de capitais no contexto das empresas familiares tem muito mais a complementar do que imaginamos”.
Outra pesquisa realizada em mais de 40 países pela consultoria PriceWaterhouseCoopers (PwC) aponta a necessidade de profissionalização como demanda de 40% dos empresários entrevistados. No Brasil, o porcentual sobe para 46%. De acordo com Pedro Adachi, a profissionalização e a preparação da família empresária é um fator crítico de sucesso. “A profissionalização das novas gerações é essencial para a harmonia da família empresária e a perpetuação dos negócios, permitindo a todos a compreensão, de forma adequada, da diferença entre ser familiar, ser profissional e ser sócio (atuante nos negócios da família ou não)”, destaca.
O novo diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Pablo Waldemar Renteria, assumiu no último dia 4 de março o cargo, defendendo a atualização de multas para empresas e mais agilidade na análise de processos no órgão, que é responsável por regular e fiscalizar o mercado de capitais. Advogado, mestre e doutor em direito civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, aos 34 anos, ele foi nomeado em 22 de janeiro e volta à CVM para mandato até 2018. Renteria avalia ser importante atualizar o valor das multas. “O valor de R$ 500 mil pode ser pouco para dissuadir determinados tipos de comportamento”, afirma. Além disso, ele ressalta que defende projeto de lei que prevê a revisão. “Isso (a atualização) não se confunde com eventuais ajustes na celeridade dos processos”, completa, esclarecendo que a celeridade, por sua vez, ainda é um desafio. Em entrevista, o novo diretor também propôs a utilização de acordos de leniência, previstos no mesmo projeto de lei pela CVM. Ele lembrou que o instrumento é utilizado com sucesso por outros órgãos, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “É como uma “delação premiada”. Pela minha experiência na Superintendência de Processos Sancionadores (da CVM), esse projeto seria muito bem-vindo”.
Em 2016, acionistas que possuem papéis ordinários (com direito a voto) poderão registrar à distância seu posicionamento sobre questões da empresa, assim como aprovar demonstrações financeiras e escolher gestores da alta cúpula. Tudo isso de forma online, eliminando a necessidade de comparecer fisicamente às assembleias. De acordo com Luciana Dias, diretora da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a proposta deve ser aplicada para todas as companhias do IBRX-100 e do Ibovespa em 2016, e para todas as demais a partir de 2017. "A ferramenta facilita muito o voto do investidor estrangeiro e dos institucionais, que têm uma cadeia de representação mais complexa e, por isso, têm mais dificuldade de votar em assembleia", explica. Discutido em audiência pública em 2014, o voto pela internet valerá para as Assembleias Gerais Ordinárias (AGOs), em que são tomadas decisões mais corriqueiras. Mas ainda não será posto em prática para temas extraordinários. A nova ferramenta ainda aguarda regulamentação, mas é vista com bons olhos pelo mercado. Segundo Mauro Cunha, presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), a implantação da medida tem sido debatida de maneira democrática: “O Brasil já é reconhecido como um país que está dando passos largos para garantir o exercício do voto por investidores locais e estrangeiros. A regulamentação da CVM vai, sem dúvida, reforçar esse processo”, avalia.