Conselhos | Educação Financeira | Enfoque | Espaço Apimec Brasil |
Gestão | IBGC Comunica | IBRI Notícias | Mundo Corporativo |
Opinião | Orquestra Societária | Ponto de Vista | Sustentabilidade |
Tecnologia |
A mudança no perfil dos Conselheiros e 10 passos essenciais na jornada de adaptação
Este artigo explora a transformação do perfil dos conselheiros consultivos e de administração na era da inteligência artificial (IA) e os desafios que enfrentam para se adaptar às mudanças tecnológicas. Abordamos a crescente importância das habilidades comportamentais, gestão de pessoas e liderança, e apresentamos uma jornada de adaptação em 10 passos, que inclui a identificação do potencial da IA, a criação de políticas adequadas, a revisão do orçamento de capital e mapa de riscos, entre outros aspectos cruciais.
A inteligência artificial (IA) vem transformando diversos setores da economia global, e os conselhos consultivos e de administração não estão imunes a essas mudanças. A automação de habilidades técnicas, financeiras e de análise de riscos está alterando o perfil dos conselheiros, exigindo uma adaptação às novas necessidades do mercado. Neste contexto, habilidades comportamentais, gestão de pessoas, inteligência emocional, negociação e mentoria ganham destaque, aliadas ao foco no planejamento estratégico baseado em análises geradas pela IA.
A seguir, detalhamos 10 passos essenciais na jornada de adaptação dos conselheiros, incluindo a identificação do potencial da IA, a criação de políticas adequadas e a revisão do orçamento de capital e mapa de riscos.
1. Conhecendo o potencial da IA
Os conselheiros devem se familiarizar com os conceitos e as tecnologias relacionadas à IA, como aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural e análise de dados. Eles precisam entender como a IA pode ser aplicada para melhorar a eficiência operacional, aumentar a satisfação do cliente e reduzir custos, ao mesmo tempo em que identificam possíveis riscos e desafios associados à sua implementação.
2. Desenvolvendo habilidades comportamentais, de gestão de pessoas e liderança
A automação de habilidades técnicas enfatiza a importância das habilidades comportamentais, de gestão de pessoas e liderança para o sucesso dos conselhos na era da IA. Os conselheiros devem investir em treinamentos e cursos que os ajudem a aprimorar suas habilidades de liderança, comunicação, empatia, resolução de conflitos, negociação e mentoria. Além disso, é fundamental que os conselheiros sejam capazes de entender e abordar as preocupações e necessidades dos funcionários no ambiente de trabalho em constante evolução.
3. Identificando o potencial da IA como diferencial no mercado
Os conselheiros devem analisar as oportunidades de criação de novos produtos e serviços, aprimoramento da eficiência operacional, redução de custos e melhoria da qualidade dos produtos e serviços, além da personalização para atender às necessidades individuais de cada cliente. A identificação dessas oportunidades permitirá que os conselhos estabeleçam métricas de sucesso para cada iniciativa e, assim, destaquem-se no mercado.
4. Incorporando a IA na estratégia e tomada de decisões
A IA deve ser integrada aos processos de planejamento estratégico e tomada de decisões dos conselhos consultivos e de administração. Isso inclui o uso de algoritmos para identificar tendências e padrões, a análise de dados gerados pela IA para tomar decisões informadas e a integração de sistemas automatizados nos processos de negócios. Os conselheiros devem estar dispostos a reconsiderar e ajustar suas estratégias com base nos insights fornecidos pela IA e estar preparados para responder rapidamente às mudanças no ambiente de negócios.
5. Revisando o orçamento de capital da empresa
O orçamento de capital envolve a alocação de recursos financeiros para projetos de longo prazo que visam melhorar a eficiência e a rentabilidade da empresa. Os conselheiros devem rever o orçamento de capital à luz das oportunidades oferecidas pela IA avaliando o valor agregado de cada projeto em relação ao seu risco. Isso resultará em uma lista de projetos viáveis para investimento, levando em consideração a disponibilidade de recursos da empresa. Os projetos aceitáveis com maior valor agregado dentro das restrições orçamentárias devem ser selecionados para execução.
6. Revisando o mapa de riscos à luz das novas tecnologias de IA
A implementação da IA pode ter impactos significativos na força de trabalho, nos processos da empresa, nos movimentos dos concorrentes, nos novos entrantes e nos riscos para o negócio. Os conselheiros devem revisar o mapa de riscos da empresa, identificando e avaliando os riscos e oportunidades associados às novas tecnologias de IA. Essa revisão permitirá aos conselhos tomar decisões informadas sobre a adoção e implementação da IA e garantir que os riscos sejam gerenciados de forma eficaz.
7. Estabelecendo políticas adequadas e garantindo a ética e responsabilidade na implementação da IA
Os conselheiros devem estar atentos às regulamentações da IA e garantir que suas empresas operem dentro das diretrizes estabelecidas. Isso envolve a proteção da privacidade e segurança, garantindo que os dados dos clientes sejam usados de maneira responsável, a adoção de práticas de governança de dados rigorosas, incluindo transparência no uso e estabelecimento de padrões éticos. Além disso, é necessário educar funcionários e clientes sobre as implicações da IA em seus negócios e na sociedade.
8. Estabelecendo uma cultura de aprendizado contínuo e adaptação
Uma cultura de aprendizado contínuo e adaptação é fundamental para o sucesso dos conselhos na era da IA. Os conselheiros devem incentivar a experimentação e a inovação dentro das empresas e estar dispostos a aprender com os erros e a colaborar com as equipes para aprimorar a implementação da IA nos processos de negócios. Isso inclui a criação de programas de treinamento e desenvolvimento para os funcionários, bem como o estabelecimento de canais de comunicação abertos para discutir e compartilhar ideias.
9. Monitorando e avaliando o desempenho da IA
Os conselhos devem estabelecer métricas e indicadores de desempenho para monitorar o sucesso da implementação da IA em suas empresas. Isso inclui avaliar os resultados financeiros, a eficiência operacional, a satisfação do cliente e o impacto no ambiente de trabalho. Indicadores e números de mercado, como aqueles fornecidos por consultorias internacionais, podem ser utilizados para medir o progresso e comparar o desempenho da empresa com o de seus concorrentes. O monitoramento e a avaliação contínua do desempenho permitirão aos conselheiros identificar áreas de melhoria e ajustar suas estratégias conforme necessário.
10. Promovendo a colaboração entre as partes interessadas
Os conselheiros devem promover a colaboração entre as diferentes partes interessadas, incluindo funcionários, clientes, parceiros, fornecedores e órgãos reguladores, para garantir o sucesso da implementação da IA. Isso pode envolver a criação de fóruns de discussão, workshops e reuniões periódicas para compartilhar informações, discutir desafios e explorar oportunidades de colaboração. A colaboração efetiva entre as partes interessadas permitirá uma implementação mais suave e bem-sucedida da IA e garantirá que todos estejam alinhados em relação aos objetivos e expectativas.
Ao abordar cada um desses 10 passos de forma eficiente e consciente, os conselheiros estarão preparados para enfrentar as transformações trazidas pela IA e garantir o sucesso de suas empresas no futuro.
A jornada de adaptação dos conselheiros na era da IA envolve a compreensão do potencial dessa tecnologia, o desenvolvimento de habilidades comportamentais e de liderança, a identificação de oportunidades para diferenciação no mercado, a incorporação da IA na estratégia e tomada de decisões, o estabelecimento de políticas adequadas, a criação de uma cultura de aprendizado contínuo, a garantia de ética e responsabilidade, o monitoramento do desempenho e a promoção da colaboração.
Essa jornada não é uma tarefa fácil, mas é essencial para o sucesso dos conselheiros e das empresas na era da inteligência artificial.
Marcelo Murilo
é co-fundador e VP de Inovação do Grupo Benner, Mentor, Conselheiro, Membro do Board Club e Especialista do Gerson Lehrman Group e da Coleman Research – Fala sobre Inovação, Governança e ESG.
marcelo.murilo@benner.com.br