Peter Bakker, presidente do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), em um artigo de maio de 2013 afirma que: “Se queremos resolver nossos principais desafios - se as empresas querem ter a confiança da sociedade - os negócios devem ser mais transparentes e, também, devem incorporar os recursos naturais, que exploram ou conservam, e os benefícios sociais, que engendram ou perdem, dentro do valor de uma empresa. Isto não é uma questão de mudança complementar apenas, mas uma transformação radical”.
Um dos passos decisivos para essa “transformação radical” é a instituição do Relato Integrado, o grande desafio que se coloca diante das Organizações na sua jornada rumo ao aperfeiçoamento dos processos de governança e transparência.
A tarefa é árdua porque necessita integrar sistemas que passaram alguns séculos em movimentos divergentes, priorizando a separação dos saberes em benefício da especialização, que embora seja de valor inestimável para nossas atuais conquistas, acorrentou, como efeito colateral, os conhecimentos em campos específicos, criando uma espécie de Torre de Babel onde as linguagens também se separaram e, praticamente, inviabilizam a comunicação entre as diversas disciplinas.
É inegável que as empresas vêm respondendo, em movimento crescente, ao chamado do Global Reporting Initiative, mas também é inegável que elas necessitam de modelos objetivos que sejam adequados à natureza de seus negócios, à diversidade de linguagem de seus técnicos e, ao mesmo tempo, homogeneizados por um padrão que os tornem comparáveis no contexto múltiplo de exigências e expectativas do mercado.
EIS O DESAFIO
Mudar a forma como as empresas são valorizadas e estabelecer os princípios por meio dos quais um negócio deve evoluir com base na estreita conexão entre os capitais financeiros e não-financeiros e, ao mesmo tempo, comunicar esse conjunto de ações e resultados a todos os públicos envolvidos. Considerando que comunicar vem do latim “comunicare” e significa “por em comum”, estamos falando de criar uma linguagem comum e um conjunto de regras comuns que tornem todos os relatos inteligíveis, mensuráveis e comparáveis.
OS CONTADORES SALVARÃO O MUNDO
Na Rio +20 Peter Bakker afirmou que "os contadores salvarão o mundo" e emendou: “...para que todas as empresas se engajem na resolução dos principais problemas mundiais, temos que mudar as regras de contabilidade.” Em outra ocasião, afirmou que “...Os investidores precisam ter uma visão mais holística das Organizações e não apenas a de finanças.”