Opinião

O DESAFIO DA SUCESSÃO NAS EMPRESAS

Neste mês de maio termina o prazo estipulado pela BM&FBovespa para que as companhias que integram o Novo Mercado e os níveis 1 e 2 de Governança Corporativa deixem de acumular em uma única pessoa os cargos de Presidente Executivo e Presidente do Conselho de Administração.

O acúmulo dessas funções representa um conflito óbvio. Afinal, cabe ao CEO cuidar da operação da companhia no dia a dia, enquanto do presidente do conselho espera-se visão estratégica e planejamento do negócio em longo prazo. Apesar disso, boa parte das companhias que abriram capital na última década assumiram os riscos do acúmulo de funções.

Em 2009, uma mudança no regulamento do Novo Mercado proibiu explicitamente esse acúmulo a partir de 1º de maio de 2014, causando uma verdadeira corrida por CEOs. Às vésperas do fim do prazo, algumas empresas encontraram soluções caseiras, como dividir as funções entre membros da família. Outras trouxeram executivos que pudessem agregar visão ou operação ao negócio. Mas o episódio evidenciou a dificuldade das empresas nacionais em planejar a sucessão.

Pesquisa divulgada pela IIC Partners, rede global de executive search, mostra que essa dificuldade não ocorre apenas no Brasil. Foram ouvidos 1.270 executivos de alto escalão no fim de 2013, das Américas, Europa e Pacífico, representando um total de 18 diferentes indústrias. Apenas 19% dos executivos brasileiros e 20% dos estrangeiros entrevistados disseram que a empresa em que atuam tem plano de sucessão e que alguém seria capaz de substituí-los imediatamente após sua partida.


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