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No contexto dos "13 passos rumo à Sustentabilidade", propostos pela B3 (antiga BM&FBovespa) em seu guia sobre sustentabilidade nas empresas - disponível no site: www.vemprabolsa.com.br - que recomendo a todos que conheçam com profundidade, o foco deste artigo é o décimo passo - Ajuste o Sistema de Gestão - importante a todas as organizações, principalmente, se a empresa deseje fazer seu IPO, já que a trilha da sustentabilidade vai no rumo de agregar valor, e todos almejam a maior precificação à suas ações.
Provavelmente, algumas atitudes já foram colocados em prática, como por exemplo: o envolvimento da Direção e/ou dos donos da empresa para que o processo possa caminhar dentro da organização, com isso identificar aquilo que deve ser alterado sem causar melindres aos diversos agentes da empresa foi facilitado, desta forma as prioridades foram estabelecidas, e para contribuir com a aceleração das praticas, compromissos públicos foram firmados, a Governança da empresa compreende também crença, estratégia e praticas da socioambientais. Agora o que será que pode ou deve ser ajustado na gestão.
Um dos equívocos comuns quando a empresa deseja integrar a sustentabilidade na gestão é adotar o modelo abaixo:
Neste modelo acima, al ém da sustentabilidade ser um pequenino espaço do todo, cada sistema de gestão continua isolado, com interseções em determinados momentos, perdendo uma grande oportunidade de enxergar como cada área impacta o todo, e este influência em cada segmento, por isso os sistemas de gestão como por exemplo o SGA - Sistema de Gestão Ambiental, o SGQ - Sistema de Gestão da Qualidade, SCI - Sistema de Controles Internos e qualquer outro sistema de gestão, devem estar ajustados em um único sistema de gestão, com foco em E²SG - Economic, Environment, Social, Governance, o que levará em consideração todas as variáveis, e seus respectivos impactos entre si, assim podemos dizer que o modelo seria este abaixo:
Aqui não é necessário realçar a sustentabilidade pois a mesma estará intrínseco no processo de gestão.
Com isso a empresa deixará para trás o dilema do biscoito: Tem Governança porque é Sustentável ou é Sustentável porque tem Governança, pois ambos, Governança e Sustentabilidade estarão presentes no sistema de gestão, agora ajustado.
Outra questão relevante é o comprometimento dos profissionais com a estratégia da organização que trabalham, para tanto um os instrumentos mais utilizados é a definição de metas e remuneração variável vinculada ao atendimento delas. Com a sustentabilidade presente nas decisões estratégicas integrada na gestão da empresa, agora ajustada, a definição de metas socioambientais aos profissionais será facilitada, e caso a entidade ainda não tenha metas econômico-financeiras, o modelo acima descrito, facilita a sua implantação, a empresa crescerá de uma forma mais consistente, pois sua evolução será socioeconômica, o que contribuirá para ampliar fidelidade e segurar a organização quando por exemplo, ocorrer um cenário externo de crise.
Outra questão chave, é a qualidade das informações corporativas tanto internas como externas. Uma coisa comum é ouvirmos que as informações socioambientais não são consistentes, ai está outra vantagem do Sistema de Gestão Ajustado no modelo E²SG, a confiabilidade das informações e a construção de um relato integrado (contabil-financeiro com socioambiental) consistente, afinal a seriedade com que é tratada as informações contabil-financeira, estas inclusive por força legal, amplia-se às informações socioambientais, pois o rigor do sistema de gestão será o mesmo para todas as áreas.
Por onde começar o ajuste do sistema de gestão? A Sugestão é com algumas reflexões, sobre a Sustentabilidade, como por exemplo:
Como podemos ver, caso a empresa entenda que está próximo a hora de fazer um IPO, é necessário além de pensar em ter de forma pragmática os critérios atuais dos níveis diferenciados de governança corporativa da B3, incluindo o Novo Mercado, o ajuste do seu sistema de gestão que incorpore a governança e sustentabilidade, como isso muito provavelmente se tornará uma companhia mais atraente ao mercado, com uma contribuição para o fortalecimento do nosso mercado de capitais.
Nota.: Artigo com alterações, o texto original foi publicado no Vem pra Bolsa em fevereiro de 2017 (http://vemprabolsa.com.br/2017/02/13/2027/)
Roberto Sousa Gonzalez
é diretor da Bússola Governança - Consultoria & Treinamento, que é partner da M2BS - Consultores. membro do Conselho do Fundo Ethical da Santander Asset Management, que só possui ações de companhias comprometidas com as boas práticas de governança e sustentabilidade. Professor na USP, Fipecafi, Fecap, entre outras instituições.
roberto@bussolagovernanca.com.br