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Opinião | Orquestra Societária | Ponto de Vista |
Neste artigo, seguiremos explorando o tema "ESTRATÉGIA", um dos componentes mais relevantes da Orquestra Societária, buscando responder a questões levantadas no artigo da edição anterior, quando trouxemos aos leitores uma reflexão inicial sobre as 10 grandes teorias da formulação estratégica.
A navegação inicial nas Teorias da Estratégia, compiladas por Henry Mintzberg, Bruce Ahlstrand e Joseph Lampel no livro Safári de Estratégia (Strategy Safari: a guided tour through the wilds of strategic management, edições de 1998 e 2009), conduziu à elaboração de quatro questões, na edição anterior:
Para responder à primeira questão, apresentamos, na figura ao lado, a Orquestra Societária e a Sinfonia Corporativa, com suas respectivas equações. Na mesma figura, na parte superior, destacamos as etapas da Estratégia, comentadas adiante, o Modelo de Gestão e elementos como Visão, Missão e Resultados Sustentáveis entre outros.
Sobre a figura anterior, podem ser feitos os comentários seguintes:
ESCOLAS DE PENSAMENTO IDENTIFICADAS POR MINTZBERG, AHLSTRAND E LAMPEL | ALGUMAS FERRAMENTAS À DISPOSIÇÃO DA ETAPA DE FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA (NÃO EXAUSTIVAS) |
1 – Escola do Design Um processo de concepção, com ênfase em avaliações internas e externas de forças e fraquezas, oportunidades e riscos |
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2 – Escola do Planejamento Um processo formal, com várias etapas bem detalhadas, incluindo as avaliações internas e externas supracitadas, e com elevado nível de quantificação |
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3 – Escola do Posicionamento Um processo analítico, que leva em consideração variáveis das Escolas anteriores, mas que também estabelece limites para as Estratégias empresariais, restritas, em função da concorrência |
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4 – Escola Empreendedora Um processo visionário, fortemente baseado em liderança, visão – uma representação mental do futuro – e intuição |
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5 – Escola Cognitiva Um processo mental, cognitivo, sendo as estratégias construídas nas mentes dos estrategistas. Segundo os autores, esta Escola seria mais uma "coleção solta" de pesquisas do que uma "escola" firme de pensamento", estando, entretanto, em crescimento |
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6 – Escola do Aprendizado Um processo emergente, por meio do qual estratégias nascem do aprendizado coletivo e paulatino das pessoas, que aprendem padrões que funcionam, criando competências únicas |
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7 – Escola do Poder Um processo de negociação entre pessoas e grupos de interesses. Contendas de poder podem ser internas (dentro da organização) ou externas (entre essa e outros agentes externos) |
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8 – Escola Cultural Um processo de interação cultural, baseado em crenças e interpretações comuns aos integrantes da organização. Parte dessas crenças pode ter origens obscuras |
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9 – Escola Ambiental Um processo de resposta às forças do ambiente externo, sem o qual a organização pode ser eliminada |
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10 – Escola da Configuração Um processo combinado de períodos de estabilidade com ajustes e de períodos de transformações, visando a continuidade da organização. |
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A Estratégia – ou melhor, o diagnóstico e formulação da Estratégia – na Orquestra Societária são mais consistentes com quais Teorias da Estratégia? Os autores de Safári de Estratégia enfatizam: todas as Teorias compõem o todo, descrevendo o animal estratégico (diagnóstico e formulação). Assim, a Orquestra Societária poderá usar, sem distinção, todas elas. Ao mesmo tempo, cabe aos planejadores definir quais conexões desejam explorar melhor para construírem suas Estratégias, conforme ilustração da figura adiante.
Quais são as bases da estratégia do oceano azul, segundo o modelo de desenvolvido por W. Chan Kim e Renée Mauborgne, no livro A Estratégia do Oceano Azul (Strategy of Blue Ocean, 2005)? O principal fundamento desse criativo modelo é livrar-se da concorrência, deixando-a nadar em águas ensanguentadas, para operar de forma isolada em águas azuis. A lógica é selecionar alguns atributos de produtos e serviços que serão oferecidos ao mercado de forma imbatível, eliminando ou tornando outros irrelevantes. Para várias empresas, como o Cirque du Soleil, tal modelo tem feito grande sucesso.
Quais são os grandes méritos e limitações das Teorias da Estratégia?
Os autores de Safári da Estratégia os descrevem pormenorizadamente, mas podemos dizer, de forma abrangente, que a sua principal vantagem corresponde ao foco – elas são profundas em temas específicos, ajudando a entender a fundo cada parte do todo, mas não o todo. Juntas, ajudam a criar Estratégias vitais à Orquestra Societária, com vistas à criação da Sinfonia Corporativa.
Por fim, a Estratégia, per se, é suficiente para que as organizações criem uma bela Sinfonia Corporativa? Para enfatizar a importância da Estratégia, citamos Lewis Carroll: "Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve." A Estratégia é um dos componentes críticos da Arquitetura Organizacional, devendo ser protegida e potencializada. Na próxima edição, entenderemos melhor essa afirmativa e aprofundaremos a importância do Modelo de Gestão, através de interessante entrevista com o sócio líder de Financial Management da KPMG para a América do Sul, Sérgio Bento Silva. Por ora, antecipamos: o Modelo de Gestão materializa a estratégia em resultados sustentáveis.
CIDA HESS
é economista e contadora, especialista em finanças e estratégia, mestranda em contábeis pela PUC SP e tem atuado como executiva e consultora de organizações.
cidahessparanhos@gmail.com
Mônica BrandÃo
é engenheira, especialista em finanças e estratégia, mestre em administração pela PUC Minas e tem atuado como professora, gestora e conselheira de organizações.
mbran2015@gmail.com