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Para o executivo, CEO da Cosan, pauta mais urgente são as cláusulas “covenants” de vencimentos antecipados de repactuações de contratos de dívidas securitizadas, como debêntures; Reforma Tributária também é prioridade.
“Venho de um grupo empresarial que, na última década, transformou-se, com grande disciplina, num dos maiores conglomerados do país. Enfrentamos um período de profundas transformações sociais e econômicas, toda sorte de desafios. Mesmo assim, entregamos resultados crescentes a cada ano — sempre com foco nas pessoas, na segurança e na gestão de riscos. Pretendo trazer um pouco dessa experiência de transformação, criação e evolução para contribuir numa agenda positiva e construtiva voltada às companhias abertas, que são propulsoras da economia e fundamentais para esse novo momento pelo qual o Brasil e o mundo todo estão passando”.
É assim que o CEO da Cosan, Luis Henrique Guimarães, resume sua missão como novo presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileiras das Companhias Abertas – Abrasca, ao tomar posse, no dia 18 de junho, na Assembleia Geral Ordinária (AGO) online da entidade.
Tema fundamental e estrutural com o qual a Abrasca está envolvida, a Reforma Tributária receberá atenção especial do novo presidente do conselho da entidade. Embora tenha saído neste momento da “ordem do dia”, a reforma voltará com força à pauta do Congresso e terá papel fundamental para melhorar o ambiente de negócios no país e aumentar a eficiência do sistema reduzindo a sonegação e combatendo os devedores contumazes.
“Queremos contribuir com a discussão com o executivo e legislativo para que o sistema tributário seja simplificado, estimule os investimentos e emprego, aumente a competitividade do país e reconheça o papel fundamental das empresas na geração de valor à sociedade”, garante Luis.
De acordo com diversos estudos recentes da Associação, o Brasil tem uma das mais altas cargas tributárias em termos de economias globais. “O país experimentou nestes últimos anos uma perda substancial de competitividade; como reflexo, ocorreu outra perda, estrutural, que foi a da participação da indústria no PIB. Se no mundo inteiro houve uma redução da carga e aqui estamos diante de mais de uma centena de propostas que pretendem aumentá-la, algo está errado. É perigoso para a nossa economia”, afirma ele.
De acordo com o novo presidente do Conselho Diretor da Abrasca, mais urgente é a pauta relacionada às repactuações de muitos contratos de dívidas securitizadas, como debêntures, que têm cláusulas — chamadas “covenants” — de vencimentos antecipados, caso alguns indicadores sejam ultrapassados. “Muitos desses indicadores são baseados em faturamento. Como muitas empresas tiveram de manter (e ainda mantêm) fechadas diversas unidades, os seus faturamentos evidentemente foram impactados. Não se trata, porém, de uma questão de gestão, mas de um fato totalmente inesperado, conjuntural, que é a pandemia e suas implicações. Estamos diante de uma questão complexa e delicada, já que envolve contratos juridicamente perfeitos. É o nosso desafio de curtíssimo prazo: temos até o último dia deste mês de junho para encontrar uma solução”, explica.
Ainda sobre os impactos da pandemia da Covid-19, que tem afetado os mais diversos segmentos da economia, Luis reforça a relevância da Abrasca como interlocutora do setor.
“Enfrentaremos diversos desafios para a recuperação total dos efeitos gerados pela pandemia. Vamos acompanhar de perto as decisões tomadas pelo poder público e apresentar pleitos que ajudem a conduzir caminhos para essa retomada, preservando vidas, empregos e empresas”, afirma o novo presidente.
Para Luis, o Brasil está numa rota de melhora estrutural da sua economia e o mercado de capitais, em particular, está passando por uma fase “revolucionária”. O investidor pessoa física, que sempre esteve distante do mercado de ações, mudou seu comportamento. “O número de investidores cadastrados na B3, nossa associada, aumentou expressivamente nos últimos 12, 24 meses. Há uma transformação no perfil de quem faz a busca por ações, e isso implica em mudanças por parte das próprias companhias. O relacionamento com o investidor individual é bem diferente do investidor institucional. Então, temos que rever, racionalizar, ampliar e aprimorar essa relação, para torná-la ainda mais exitosa.
“E a Abrasca estará na liderança desse processo de democratização do capital das companhias abertas”, conclui Luis.
Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA)
abrasca@abrasca.org.br