GOVERNANÇA CORPORATIVA: COMO
REPRESENTAR ESSA IDÉIA EM UMA IMAGEM?
por MÔNICA MANSUR BRANDÃO
O movimento pela Governança Corporativa surgiu nos Estados Unidos, em meados da década de oitenta, expandindo-se com força na década seguinte. Conforme observa Rolf H. Carlsson, no livro: “Ownership and value creation: strategic corporate governance in the new economy” (2001), o termo Governança Corporativa, ou melhor, Corporate Governance, passou a ser empregado, desde então, corriqueiramente nas comunidades de negócios e financeiras e junto ao grande público. Como tantas outras novas ideias, tendências e modismos, a Governança teria surgido na Califórnia, tornando-se, a partir desse estado, um fenômeno norte-americano e, posteriormente, global, já em meados dos anos noventa.
O caso Texaco, constituiu, segundo Carlsson, um dos mais importantes vetores de impulsão do movimento pela governança. Em 1984, dirigentes da Texaco utilizaram uma regra legal norte-americana, o American Companies Act, para recomprar ações da companhia a um preço acima do valor de mercado, de modo a evitar sua aquisição por parte de um acionista minoritário, Bass Brothers, visto como ameaça à posição corporativa de executivos (essa operação denomina-se greenmail operation, uma espécie de chantagem financeira).
A aquisição citada custou aos acionistas da Texaco US$ 137 milhões de ágio e provocou vigorosos protestos, deflagrando o início de um movimento liderado pelo California Public Employees Retirement System (CalPERS), um dos grandes fundos de pensão dos EUA, cujos dirigentes se posicionaram: como investidor de longo prazo, o CalPERS não admitiria comportamento similar ao ocorrido na Texaco em outras companhias do seu portfólio de investimentos, esperando ainda que essas adotassem práticas que resguardassem os direitos dos acionistas.
Continua...