No segundo semestre, a economia brasileira deverá apresentar crescimento superior ao resultado dos primeiros seis meses do ano, entretanto fechará o ano abaixo do estimado pelo relatório Focus do Banco Central, 2,46%. É o que esperam os empresários, conforme constatou a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), na segunda quinzena de junho, quando realizou sua tradicional pesquisa de expectativas para o ambiente econômico e de negócios junto aos seus 200 associados, que representam 85% do valor de mercado das empresas listadas na bolsa brasileira. O conjunto de companhias que atenderam à pesquisa representa mais da metade do valor de mercado da BM&FBovespa.
Este resultado aponta uma visão um pouco mais otimista diante de um primeiro semestre difícil para a economia brasileira, que iniciou o ano com boas expectativas e que, aos poucos, foi perdendo força em função de vários acontecimentos internos e externos. Foram seis meses marcados por fatos diversos, desde o risco de um desabastecimento energético, em função da baixa de reservatórios em período de pouca chuva, passando pela alta da inflação, levando o governo a elevar as taxas de juros, e o anúncio de crescimento de apenas 0,9% do PIB em 2012.
O semestre foi marcado também por constantes intervenções do governo para conter a alta do dólar, inclusive zerando o IOF nas vendas da moeda americana, e a queda recorde da Bovespa de 22%, pior resultado desde 2008. No cenário externo, a China apresentou um PIB no primeiro trimestre de 7,7%, menor do que foi registrado no quarto trimestre de 2012.