As companhias com práticas avançadas de governança corporativa e de sustentabilidade são reconhecidas pelos fundos de ações que levam em consideração esses conceitos. No Brasil, existem cerca de 15 fundos com essas características, fundamentais para promover o avanço da sustentabilidade empresarial, mas ainda pouco ativistas em relação às demandas que podem endereçar aos Conselhos de Administração das instituições nas quais investem.
Defendo que esses fundos, ainda que apresentem um número pequeno de participação acionária, tenham uma participação efetiva nas Assembleias e procurem pleitear um assento no Conselho de Administração. Poderiam por exemplo atuar de maneira mais ativista, dialogando com os profissionais de RI das companhias, propondo iniciativas para aumentar o escopo da sustentabilidade e sugerindo itens sobre sustentabilidade e governança para constar nas pautas das Assembleias. Contudo, essa relação entre as organizações e os fundos ESG não deve ser uma via de mão única. As companhias brasileiras, especialmente aquelas que já alcançaram patamares de gestão sustentável e governança reconhecidos internacionalmente, estão aptas a darem um passo adiante nesse sentido.