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Todos que militam no mercado financeiro conhecem (ou ao menos deveriam conhecer) as regras rígidas de comunicação sobre rentabilidade dos produtos. As lâminas e os prospectos dos fundos de investimento, por exemplo, são obrigadas a trazer a frase “Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”. A CVM é bem objetiva quanto à clareza da comunicação nesse aspecto, proibindo que o distribuidor garanta rentabilidade em fundo ou em um produto de risco. Infelizmente, essa prática não é seguida por outros segmentos econômicos.
Já por duas vezes fomos surpreendidos com propagandas de imóveis que fazem qualquer pessoa acreditar que investir em imóveis é a melhor coisa do mundo, superando até atividades ilícitas. A segurança que está no inconsciente coletivo de que o investimento em imóvel é algo seguro se aliou a uma impressionante rentabilidade de fazer inveja e não há quem resista a comprar um imóvel nessas condições.
A primeira vez que vimos algo do gênero foi num outdoor na Rodovia Raposo Tavares. Nós, oriundos do mercado financeiro, logo pensamos: “nossa, mas será que não há uma ‘CVM para imóveis’? É inacreditável o que estamos vendo!”.
Semana passada, recebemos num sinal de trânsito um panfleto de um investimento imobiliário em São Paulo. Com fundo amarelo e em bastante evidência, a propaganda dá um enorme destaque à comparação da rentabilidade dos imóveis no bairro com diversos indicadores financeiros, como poupança, inflação e Taxa Selic. Seria normal se não fosse a maneira apresentada. Afinal, qualquer pessoa deseja ser chamada de inteligente e o panfleto mexia exatamente com essas questões emocionais. Tudo começava assim: “Inteligência significa aproveitar o desenvolvimento da região.” E ai de você se não aproveitar!