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Conectados, extremamente agitados, impacientes e imediatistas. Assim são os representantes da geração Y, grupo formado por jovens nascidos após 1980. Esta é a primeira geração que se sente totalmente confortável com a tecnologia. Além disso, também são “multitarefas”: ouvem música, falam ao celular, trabalham, comentam nas redes sociais ao mesmo tempo, tudo isso enquanto investem.
“A geração Y não gosta de perder tempo. São ansiosos e querem ganho rápido, buscando enriquecer o mais breve possível. Seus projetos de vida geralmente se limitam a próxima viagem ou a troca de um carro”, diz o planejador financeiro Jansen Costa.
Por ser mais suscetível ao risco, e devido a pouca idade, a bolsa de valores acaba sendo um investimento bastante atraente para esta geração. Pela familiaridade com a tecnologia tendem a gostar de investimentos através da internet. Esta é a primeira diferença em relação à geração X, a anterior. “A geração X é mais conservadora dado todos os cenários econômicos vividos nos últimos anos antes do início do Plano Real. São pessoas que poupam, porém não investem de maneira correta. Muitos têm a falsa impressão de que a renda fixa irá garantir a sua aposentadoria em função do modelo mental criado quando os juros reais eram elevados no Brasil”, explica Costa.
Já para os jovens nascidos pós década de 80, a Bovespa parece ser a melhor opção. É assim que pensa o paulista Mateus Tavares, 28 anos, que acabou de regressar de uma temporada de 6 meses no Canadá graças aos seus investimentos em ações. “Comecei a investir em 2007 e ganhei muito dinheiro com os IPOs daquele ano”, recorda. Hoje, 70% dos seus investimentos estão na bolsa de valores e, mesmo com o mercado andando de lado, ele não pensa em parar. “É como um vício”, diz. “Além disso, sempre há boas oportunidades, basta estar preparado para identificá-las”.
Menos agressiva, a estudante Fernanda Almeida, 22 anos, destina 20% do salário de seu estágio para investir, principalmente, em blue chips. “Gostaria de me arriscar mais, mas ainda me sinto despreparada”, avalia. Influenciada pelo namorado que trabalha em uma grande instituição financeira, Fernanda também mantém uma carteira com investimentos mais conservadores como CDBs e poupança.
Típico representante da geração Y, o engenheiro Bruno Dantas, 25 anos, quer atingir a independência financeira antes dos 30 anos, através da bolsa de valores. “Sempre fui muito ambicioso e tive a influência do meu pai, que investe desde a década de 80”, conta. Como ainda mora na casa dos pais e não precisa ajudar nas despesas, Bruno aproveita cada centavo que ganha para aplicar na bolsa. “Reconheço que tem quer ter sangue frio, mas a recompensa valerá a pena”, acredita.
Aposta das corretoras
Com o crescimento do interesse dos jovens pelo mercado de ações, as corretoras de valores têm apostado em cursos e palestras voltados à educação financeira e formação de investidores como forma de atraí-los para os seus home brokers. A ideia é ampliar o conhecimento e enfrentar o maior desafio do mercado: traduzir a linguagem financeira para os novos clientes.
Sites com informações, palestras, cursos e vídeos informativos são os instrumentos mais usados pelas corretoras para desmistificar o mercado para os investidores iniciantes. A WinTrade, home broker da Alpes Corretora, saiu na frente nesta corrida, ao criar, em 2006, a plataforma Winny (acesso direto, via internet, para operações na BM&FBovespa) que oferecia navegação intuitiva, agilidade e segurança nas operações.
Além disso, a WinTrade desde sempre se posiciona como uma corretora eletrônica, ou seja, do processo de abertura de conta até a compra e venda de ações no mercado de capitais, as operações são predominantemente online. “Temos o DNA Jovem. Assim, o cliente se relaciona com a corretora com toda autonomia e conveniência”, afirma o analista Filipe Villegas. Por fim, também disponibiliza conteúdos que ajudam o jovem investidor a tomar as decisões mais acertadas, como as notícias mais importantes do mercado em tempo real, relatórios gráficos e fundamentalistas elaborados diariamente pelos analistas e fóruns ao vivo.
Em Campinas, a assessoria de investimentos Miura oferece ciclos de palestras e cursos em universidades como Puc e Unicamp, com o intuito de ensinar sobre a importância de investir e, principalmente, de controlar as finanças. “Sempre fazemos parcerias com as atléticas, diretórios acadêmicos ou empresas juniores. A procura é alta”, conta o sócio Diego Ramiro. Atualmente, 41% dos clientes da Miura estão na faixa etária de 18 a 30 anos.
Educação financeira
Em termos de educação financeira, há um desafio desta geração em desenvolver a capacidade de economizar e de enxergar o longo prazo. Do ponto de vista comportamental, a virtude da paciência e da persistência serão os maiores desafios desses jovens. “O saber esperar, que é o fiel da balança entre estar endividado e poupar, é um dos maiores obstáculos a serem enfrentados por esta geração que tem como característica principal a ansiedade e o imediatismo”, afirma a educadora financeira e coach Ana Paula Hornos.
Segundo a especialista, a solução da conscientização está em usar as maiores qualidades e preferências que eles mesmos têm: atração por desafios, por abraçar causas e pela velocidade e risco. “É preciso formular objetivos, metas e propósito. Ao estabelecer sonhos, o jovem terá aí seu maior motor para construir uma visão de longo prazo, tendo motivação para se tornar um investidor de sucesso”, aconselha.
Filipe Villegas, analista da WinTrade, explica que quanto mais cedo o jovem começar a investir, maior será o patrimônio acumulado para aposentadoria, ou até mesmo a tão sonhada independência financeira. O analista faz um alerta para os jovens que entram no mercado de trabalho, começam a obter renda e que muitas vezes ficam iludidos com o consumo. “O ideal é que o planejamento financeiro comece de imediato, encarando o investimento como uma obrigação com o futuro”, ressalta.