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A edição desta seção tem dois objetivos. O primeiro é enriquecer o desenho da Orquestra Societária, tema cuja jornada começou, nesta Revista RI, em março de 2014 – são 34 edições, portanto, abordando tal conceito! Na presente edição, agregamos novos conceitos relevantes e, desde já, convidamos os nossos leitores a se manifestarem sobre os mesmos.
O segundo objetivo é apresentar a síntese do conteúdo das entrevistas publicadas nas edições 213 e 214, que focalizaram o Modelo de Gestão, centro da Orquestra Societária, sob o olhar de dois consultores com grande preparo técnico e longa experiência em transformação de empresas visando a melhoria de performance. Conforme os leitores perceberão, a síntese em questão inspira um dos ajustes da Orquestra aqui propostos.
Iniciemos pelo primeiro objetivo, considerando a figura a seguir, onde se representa a Orquestra Societária, com o Modelo de Gestão conectado às cinco dimensões clássicas da chamada Arquitetura Organizacional (projeto da organização): Estratégia, Estrutura, Processos, Pessoas e Sistema de Recompensas.
As principais equações associadas à Orquestra Societária são:
1. Sinfonia Corporativa = Resultados Sustentáveis + Interesses Alinhados + Riscos Mitigados
2. Lucro Sustentável = (Receitas – Custos e Despesas) Sustentáveis [$]
3. Retorno Sustentável sobre o Investimento = (Lucro / Investimento) Sustentáveis [%]
4. Fluxo de Caixa Sustentável = (Lucro – Investimentos) Sustentáveis
O Retorno Sustentável sobre o Investimento deve ser superior ao custo de capital.
Na figura em questão, destacamos as seguintes alterações, em relação a versões de edições anteriores:
Concordemos: é praticamente impossível dissociar processos empresariais modernos do uso intensivo da Tecnologia – incluindo-se, aqui, as várias tecnologias de gestão – bem como das Telecomunicações, em suas múltiplas possibilidades, e da Informática, em termos de infraestrutura (hardware e software), redes de computadores e sistemas de informação. Nesse sentido, as ferramentas tecnológicas à disposição das organizações são parte inerente à construção de processos mais eficazes.
Assim, para o Modelo de Gestão da figura inicial, podemos afirmar:
1. Ele tem sete funções principais, representadas na figura seguinte.
As funções citadas emergem da visão consolidada dos consultores Sérgio Bento Silva (KPMG) e Humberto Linaris (Hlinaris) sobre modelos de gestão, apresentadas nas edições 213 e 214 e sintetizada nos quadros das páginas a seguir.
Constatamos, na citada visão, que o Modelo de Gestão direciona, organiza, conecta, monitora, corrige, apoia e, por fim, energiza as dimensões Estratégia, Estrutura, Processos e Tecnologia, Pessoas e Cultura e Sistema de Recompensas, tornando-as mais eficazes. Com todas essas funções e responsabilidades, ele se torna, portanto, peça importante da organização, o que, de fato, está representado em sua posição, no epicentro da Orquestra Societária.
2. Os dois entrevistados, implícita ou explicitamente, apontam as metáforas que consideram mais representativas de um Modelo de Gestão (respostas às perguntas 1 e 2). Enquanto o primeiro consultor (Sérgio Bento Silva), considera a Estrela-Guia (implícita) e o Leme (explícita), o segundo consultor (Humberto Linaris) considera a Estrela-Guia (implícita) e a Caixa de Ferramentas (explícita). Mesmo assim, diversas outras respostas de ambos passam, em maior ou menor medida, pelas funções e metáforas indicadas na figura anterior.
3. Vários direcionadores gerais de um Modelo de Gestão são apontados pelos entrevistados (resposta à pergunta 3): Ética, Liderança, Planejamento e Controle, alinhamento entre Estratégia, Modelo de Negócio (tema de desenvolvimento futuro desta coluna) e Modelo de Operação (Estrutura, Processos, Pessoas e Sistema de Recompensas), grande atenção à Cultura, flexibilidade para adaptação às condições do negócio e o uso de ferramentas para várias finalidades e customizadas. Outros especialistas porventura entrevistados trariam elementos adicionais para enriquecer a lista, mas esses aqui relacionados já agregam substancial fundamento às discussões sobre a construção de modelos de gestão.
4. Os consultores identificam, ainda, uma lista de pressupostos que um Modelo de Gestão pode considerar (respostas às perguntas 5 a 8), no que tange ao Planejamento e Controle e à Liderança, distribuídos entre Estratégia, Estrutura, Processos e Tecnologia, Pessoas e Cultura e Sistema de Recompensas. E há outro conjunto substancioso de pontos de atenção (respostas das perguntas 9 a 14). Destacamos o alinhamento e as boas práticas aplicáveis a modelos de gestão. Entre as práticas citadas, mencionamos a avaliação do próprio Modelo de Gestão, que pode, em tese, ser causa do fracasso da organização em alcançar seus objetivos, mas nem sempre. Uma estratégia mal desenhada ou mal gerida, por exemplo, pode ser o problema; ou processos mal desenhados; ou pessoas erradas; ou sistemas de recompensas inadequados; ou um mix desses e outros exemplos.
MODELOS DE GESTÃO (MG): ASPECTOS GERAIS
O que é um Modelo de Gestão?
Qual metáfora define o Modelo de Gestão?
Quais são os direcionadores gerais de um Modelo de Gestão?
Quais são os principais requisitos de um Modelo de Gestão robusto?
MODELOS DE GESTÃO (MG): LIDERANÇA
Quais são os pressupostos de Liderança de um Modelo de Gestão? (Nível 2 - Maestros)
Estratégia
Estrutura
Processos e Tecnologia
Pessoas e Cultura
Sistema de Recompensas
Quais são suas impressões sobre liderança?
MODELOS DE GESTÃO (MG): PLANEJAMENTO E CONTROLE
Quais são os pressupostos de Planejamento & Controle de um Modelo de Gestão? (Nível 1 – P&C)
Estratégia
Estrutura
Processos e Tecnologia
Pessoas e Cultura
Pessoas treinadas, preparadas e participantes
Sistema de Recompensas
Quais são suas impressões sobre P&C?
MODELOS DE GESTÃO (MG): PONTOS DE ATENÇÃO
Quais são os principais entraves e resistências à implantação de um Modelo de Gestão?
Quais são as principais causas de fracasso dos Modelos de Gestão?
Como mitigar os riscos de fracasso?
Quais são as boas práticas e referenciais de mercado relacionadas aos Modelos de Gestão?
Quais são suas impressões sobre Governança & Sustentabilidade?
Quais são suas impressões sobre Cultura (Cultura da Organização)?
Nota: Síntese das entrevistas com os consultores Sérgio Bento Silva (KPMG) e Humberto Linaris (HLinaris).
Por fim, muito mais poderia ser dito sobre os insights que os quatro quadros anteriores originam – eles mereceriam, aliás, um artigo adicional nesta prestimosa Revista RI apenas para analisá-los detalhadamente –, mas encerramos estas breves considerações observando que o Modelo de Gestão, localizado na posição central da Orquestra Societária, faz jus, tecnicamente, ao status de parte integrante da Arquitetura Organizacional. Doravante, assim será ele considerado nesta seção.
CIDA HESS
é economista e contadora, especialista em finanças e estratégia, mestranda em contábeis pela PUC SP e tem atuado como executiva e consultora de organizações.
cidahessparanhos@gmail.com
Mônica BrandÃo
é engenheira, especialista em finanças e estratégia, mestre em administração pela PUC Minas e tem atuado como professora, gestora e conselheira de organizações.
mbran2015@gmail.com