Premiação

IR BRAZIL AWARDS 2015: EXCELÊNCIA EM RI

Kroton, Localiza, Anima e Eztec se destacam entre as melhores companhias em RI do Brasil, eleitas por analistas e investidores

Em cerimônia de premiação realizada no dia 14 de julho de 2015, na Fecomércio em São Paulo, a comunidade brasileira de relações com investidores (RI) homenageou os vencedores do IR Awards - Brazil 2015, a 11ª edição anual da prestigiosa premiação, realizada em associação com o IBRI - Instituto Brasileiro de Relações com Investidores - celebrando e reconhecendo a excelência na transparência e comunicação com investidores.

A Kroton foi a grande vencedora deste ano, levando para casa seis prêmios, incluindo o de grand prix de melhor programa de relações com investidores (super-large cap). Outros vencedores incluem empresas cujas atividades de RI têm sido constantemente premiadas ao longo de vários anos, como o vencedor do grand prix do ano passado, Itaú Unibanco, além de Localiza, Anima, Eztec e Natura.

Os resultados foram decididos por uma pesquisa com 118 analistas e investidores, conduzida de forma independente pela Fundação Getulio Vargas. Os vencedores foram anunciados em um jantar de premiação que contou com a presença de centenas de membros da comunidade de RI do Brasil, e fez parte do 17º. Encontro Nacional de RI e Mercado de Capitais, conferência anual conjunta do IBRI e da ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas.

Na votação, os critérios citados por analistas e investidores ao avaliarem as melhores empresas em RI foram transparência, comunicação proativa, responsividade e acesso à alta administração das companhias. Foram entregues ainda prêmios especiais para aspectos de relações com investidores, tais como práticas de sustentabilidade e governança corporativa.

Os prêmios deste ano abrangeram uma ampla gama de empresas, com prêmios especiais para empresas mega cap (acima de R$ 50 bilhões), super-large cap (acima de R$ 20 bilhões), large cap (entre R$3 bilhões e R$ 20 bilhões) e small & mid-cap (abaixo de R$3 bilhões). Além dos vencedores, a IR Magazine publicou o Brasil Top 30, um ranking das empresas pela pontuação global total.

Confira abaixo a lista completa dos vencedores deste ano, e a seguir o perfil das principais premiadas desta edição:

IR Brazil Awards 2015 - PREMIADOS

  • KROTON - Grand prix de melhor programa de RI – super-large cap (acima de R$ 20 bi)
  • LOCALIZA - Grand prix de melhor programa de RI – large cap (entre R$3 bi – R$ 20 bi)
  • ANIMA - Grand prix de melhor programa de RI – small & mid-cap (abaixo de R$3 bi)
  • CARLOS LAZAR (KROTON) - Melhor executivo de RI – super-large cap (acima de R$ 20 bi)
  • EMÍLIO FUGAZZA (EZTEC) - Melhor executivo de RI – large cap (entre R$3 bi – R$ 20 bi)
  • LEONARDO HADDAD (ANIMA) -Melhor executivo de RI – small & mid-cap (abaixo de R$3 bi)
  • RODRIGO GALINDO (KROTON) - Melhor RI por CEO ou CFO
  • ITAÚ UNIBANCO - Melhor uso de tecnologia
  • LOJAS RENNER - Melhor governança corporativa
  • ITAÚ UNIBANCO - Melhor relatório anual
  • KROTON - Melhor encontro com investidores – large cap (acima de R$3 bi)
  • ANIMA - Melhor encontro com investidores – small & mid-cap (abaixo de R$3bi)
  • BRF - Melhor teleconferência
  • KROTON - Maior evolução em relações com investidores – large cap (acima de R$3 bi)
  • ANIMA - Maior evolução em relações com investidores – small & mid-cap (abaixo de R$3 bi)
  • NATURA - Melhores práticas de sustentabilidade

Melhores por Setor:

  • KROTON - Consumo Cíclico
  • ITAÚ UNIBANCO - Financeiro
  • NATURA - Consumo não Cíclico
  • DURATEX - Materiais Básicos
  • ODONTOPREV - Saúde
  • ULTRAPAR - Energia
  • WEG - Industrial

KROTON: a melhor entre as maiores

A Kroton Educacional, uma das maiores organizações educacionais privadas do Brasil e do mundo, com uma trajetória de mais de 45 anos na prestação de serviços no ensino básico e de mais de 10 anos no ensino superior, foi a grande vencedora do IR Magazine Brazil Awards de 2015. Levou o Gran Prix de melhor programa de relações com investidores para empresas super-large capital (acima de R$ 20 bilhões) e mais cinco prêmios.

Seu principal executivo, Rodrigo Galindo, subiu mais uma vez ao pódio para receber o prêmio de Melhor RI por um CEO e CFO. O diretor de relações com investidores, Carlos Lazar foi o vencedor do prêmio na categoria Melhor executivo de relações com investidores, para empresas super-large capital. A Kroton também foi premiada pelo Melhor Encontro com Investidores e Maior Evolução em Relações com Investidores, para empresas large capital (acima de R$ 3 bilhões). Venceu ainda na categoria de Melhor do setor de Consumo Cíclico.

Para a Kroton a educação é, e continuará sendo, fundamental - e essa é uma realidade que a crise não subverterá, embora o setor não venha tendo prioridade de investimentos do governo, apesar do slogan “Pátria Educadora”. Fontes do mercado informaram que o governo poderá fazer corte de até R$ 2 bilhões no orçamento do Ministério da Educação deste ano que, se concretizado, amplia para mais de R$ 11 bilhões o bloqueio sobre os programas educacionais.

A empresa tem sido fartamente premiada nos últimos anos. Segundo Lazar, a premiação mostra que a Kroton está no caminho certo na sua atuação na relação com investidores mesmo num ano tão difícil como está sendo 2015. “O mercado reconheceu que fizemos um trabalho irretocável mesmo num ambiente menos favorável que nos anos anteriores”, destaca.

Esse trabalho, conforme descreve Lazar, tem como base a disponibilidade de atendimento de todo o corpo executivo da companhia. “Buscamos fazer além da mesmice e ser sempre proativos. Colocamos executivos de diversas áreas frente a frente com os investidores”. Para a Kroton é importante trazer executivos de outras áreas para falar com os investidores porque isso ajuda a compreensão mais ampla da empresa.

Vencendo desafios
A limitação de vagas a novos alunos com a redução do FIES (programa de Financiamento Estudantil do Governo Federal) tornou o cenário enfrentado ao longo do primeiro trimestre bastante desafiador para a empresa, observa Lazar. Em 2014, o programa disponibilizou 730 mil contratos, dos quais a Kroton ficou com uma participação de 15%. Este ano, o número de contratos deve ficar em algo como 310 mil, acrescenta.

A redução do FIES, porém, não foi o único desafio. A crise gerou uma falta de confiança naquelas pessoas que poderiam se transformar em alunos. Além disso, o aumento do desemprego trouxe queda na demanda e aumento da inadimplência.

De acordo com estimativas do Semesp (Sindicato das Empresas Mantenedoras do Estado de São Paulo), a inadimplência nas instituições de ensino superior no Brasil deve encerrar 2015 acima do patamar de 8%, interrompendo uma sequência de quedas registradas desde 2009.

O aumento recente das taxas de juros do programa FIES, que passaram de 3,4% ao ano para 6,5% ao ano, não tiveram impacto significativo. Na avaliação de Lazar, apesar da elevação, a taxa ainda está bastante subsidiada. É menos que a metade da taxa básica de juros da economia que já ultrapassou os 14% (14,25%) ao ano e pode subir ainda mais.

Como alternativa à limitação de vagas do FIES, a Kroton criou o programa de Parcelamento Especial Privado (PEP), que contou como mais de 22,8 mil alunos matriculados, no seu lançamento. Pelo programa, o aluno paga apenas um percentual da mensalidade (conforme negociação entre as partes) e o restante paga após a formatura, sem incidência de juros.

A empresa oferece ainda outras alternativas. Entre elas, uma parceria com a empresa Idealinvest, que facilita o financiamento privado para seus alunos. Além disso, a companhia está desenvolvendo uma joint venture para oferecer alternativa adicional para os alunos. Conforme Lazar, o nome da empresa com a qual estão negociando ainda não pode ser divulgado.

Em relação a custos e despesas, o desafio foi fazer ajustes sem comprometer a qualidade de ensino e os projetos de crescimento. A revisão de custos teve como foco o aumento de eficiência no processo de abertura de turmas (classes) novas. Em relação às despesas, as prioridades do ajuste foram as estruturas corporativas e administrativas nas suas unidades.

Para os analistas de Investimentos da corretora Coinvalores, Daniel Consentino Liberato e Felipe Martins Silveira, a redução do financiamento educacional teve impactos negativos no setor. No caso da Kroton, o programa de parcelamento obteve uma reação bastante positiva na captação de alunos diminuindo esse impacto. A possibilidade de a empresa ter que vender um de seus ativos ainda este ano não está descartada, conforme os analistas. Para 2016, as projeções são de uma retomada do mercado no setor.

“Olhando para frente, acreditamos que companhia deve continuar ganhando market share e expandindo margens operacionais, na esteira de sua maior exposição ao business de educação a distância e melhor alavancagem operacional a partir da integração da Anhanguera”, projeta o analista de renda variável da corretora Socopa, Nicolas Takeo de Paula.

Governança robusta
A capacidade de reação rápida e de adequação a novos cenários é uma das forças da companhia. “Só conseguimos dar respostas tão sólidas de forma tão rápida porque sabemos que os modelos de gestão têm que estar alinhados à cultura da organização e para isso é preciso uma estrutura de gestão e governança robusta.”

Para fazer frente à gestão de mais de 37 mil colaboradores, a Kroton implementou o Sistema de Gerenciamento Kroton (SGK), que é a representação das metodologias e ferramentas de planejamento e gestão utilizadas, bem como a definição clara das estruturas de governança da companhia.

“O SGK está consolidado. Planejamento, Orçamento, Gestão de Projetos, Gestão de Processos, Gestão da Rotina, todas as ferramentas e metodologias de gestão estão implementadas e tudo alinhado a uma cultura que privilegia a meritocracia”, de acordo com Lazar.

A empresa reconstruiu seu orçamento e agiu com rapidez frente à nova realidade do mercado o que permitiu o aumento da margem EBITDA e da margem líquida já nesse primeiro trimestre de 2015. O EBITDA ajustado somou R$ 551,6 milhões no primeiro trimestre deste ano e apresentou crescimento de 66,3% sobre o mesmo período de 2014.

Os critérios de reconhecimento de alunos e de receitas, já reconhecidos como conservadores pelo mercado foram mantidos intactos. “Na prática, essa postura significa que alunos que não finalizaram a contratação do FIES, não pagaram a primeira mensalidade escolar do semestre ou não contrataram e pagaram a primeira parcela do PEP não tiveram suas receitas reconhecidas, ainda que estejam em sala de aula.”

A empresa relata ainda uma constante evolução de sua eficiência. Durante o primeiro trimestre de 2015, a empresa alcançou praticamente o mesmo patamar de 2013 (antes da fusão com Anhanguera) e, conforme seu relatório, ainda tem grande parte das sinergias e ganhos de eficiência a serem capturados.

Na área acadêmica, está antecipando o cronograma de integração, e todos os calouros de todas as suas marcas (inclusive Anhanguera) utilizarão o Kroton Learning System 2.0 (KLS 2.0), já no segundo semestre deste ano. Trata-se de uma antecipação de mais de dois anos ao cronograma original, que só está sendo possível pelo sucesso da integração das demais áreas.

Conforme relatório da empresa, o primeiro processo seletivo de 2015 gerou a adição de 319,7 mil novos alunos de Graduação Presencial e EAD (educação a distância), um crescimento de 6,3% em relação ao primeiro trimestre de 2014 (pro forma). A base total de alunos de Ensino Superior ultrapassou a marca de 1,1 milhão, aproximadamente 12,8% acima do quarto trimestre e 2014.

A partir de 2010, a Kroton entrou por um acelerado processo de fusões e aquisições. Em 2010, a Kroton adquiriu o Grupo IUNI Educacional, instituição que também atuava na graduação e pós-graduação presencial; em 2011, o destaque foi a aquisição da Universidade Norte do Paraná (Unopar), a maior instituição de Educação à Distância do país.

Para coroar esse ritmo intenso de aquisições, em 2013, a Kroton realizou o maior movimento de sua história: anunciou a fusão com a Anhanguera e, com isso, consolidou a sua liderança tanto no ensino Presencial como na Educação a Distância. No primeiro trimestre deste ano, seu lucro líquido ajustado totalizou R$ 455,3 milhões, 56,9% superior ao do mesmo período de 2014.

LOCALIZA: atuação vitoriosa em RI

A Localiza, maior rede especializada em aluguel de carros da América Latina - graças à elevada qualidade de seu Programa de Relações com Investidores - foi a vencedora do IR Magazine Awards Brazil 2015, com o Grand Prix na categoria large-cap, que abrange empresas com valor de mercado entre R$ 3 bilhões e R$ 20 bilhões. Esta foi a segunda vez que a companhia conquista esse prêmio. Em 2012, também foi reconhecida.

Este ano, a Localiza também ficou entre as cinco melhores empresas em outras três premiações: Melhor executiva de Relações com Investidores, contemplando a atuação da diretora de Relações com Investidores, Nora Lanari; Melhor RI por CEO ou CFO, devido ao trabalho desenvolvido pelo CFO, Roberto Mendes e Melhor Governança Corporativa. Os resultados do IR Magazine Awards Brazil 2015 foram obtidos por meio de uma pesquisa com analistas e investidores, conduzida de forma independente pela Fundação Getúlio Vargas. Os critérios avaliados foram transparência, comunicação proativa, responsividade e acesso à alta administração das companhias.

Com 42 anos de história, a Localiza conta hoje com uma gigante estrutura de 549 agências e uma frota de 117.646 carros nas principais cidades e aeroportos do Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai. A empresa tem um quadro de 7.249 colaboradores. Desde 1973, mais de 4,5 milhões de clientes foram atendidos. A Localiza realizou oferta inicial de ações (IPO) no Novo Mercado da BM&FBovespa, no dia 23 de maio de 2005, com seu papel RENT3. Atualmente, são 3.700 investidores, sendo 2.500 pessoas físicas, 500 institucionais nacionais e 700 institucionais estrangeiros. Historicamente, de 70% a 80% das ações em circulação no mercado (free-float) ficam nas mãos dos investidores institucionais estrangeiros. “O prêmio que recebemos é uma chancela de que o trabalho de Relações com os Investidores vem sendo bem feito. Estamos no caminho certo. Isso é ainda mais relevante porque, desde o ano passado, as condições macroecômicas do país são ruins e, nesses momentos, a exposição da companhia deve ser aumentada para demonstrar o que está acontecendo e as estratégias para atravessar o período de turbulência”, diz Nora Lanari, diretora de RI da Localiza. De acordo com ela, ao longo de 2014, o departamento de RI realizou mais de 1.200 interações com investidores e analistas. Dentre as iniciativas, a área atendeu 30 conferências, sendo 25 internacionais; realizou 12 road shows e organizou 19 site tours ou visitas às operações. A Localiza acaba de reformular seu site de RI.

A equipe de RI da Localiza é formada por Nora Lanari e outras quatro pessoas, sendo duas gerentes, uma analista e uma assistente. Roberto Mendes, CFO e o diretor estatutário, que representa a companhia junto aos principais órgãos regulatórios, dá suporte relevante ao departamento de RI. Ele acessa à alta administração com frequência.

O fluxo de informações é intenso. A área de RI trabalha de maneira bastante integrada com a Controladoria, no entanto, mantém interface com as divisões de aluguel de carros, gestão de frotas, novos e seminovos, dos departamentos de Tecnologia da Informação e Recursos Humanos. “Demandamos muitas informações, mas também somos demandados. As áreas de negócios utilizam dados levantados pelo departamento de RI para tomada de algumas decisões”, destaca Nora Lanari.

Para a executiva, o grande diferencial da área de RI está nos processos. “Nosso viés é entregar informações de qualidade e palatáveis, de fácil entendimento. O modelo de negócios da companhia não é trivial. Preparamos análises completas sobre cenário, indústria de aluguel de veículos no Brasil e no mundo, concorrência, demanda e drivers. Temos uma base de dados bastante relevante. Avaliamos o que preocupa os investidores, quais as dificuldades de entendimento e preparamos o material de suporte adequado”, explica. A equipe trabalha com a meta de responder 100% das demandas dos investidores e analistas em até 24 horas. O departamento de RI também tem levado as impressões do mercado para dentro da empresa, um canal aberto, inclusive, para sugestões de aprimoramento da governança corporativa.

Formada em Direito pela Faculdade Milton Campos e com Pós-Graduação em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral (FDC), Nora Lanari começou a trabalhar na Localiza em outubro de 2005, cinco meses após o IPO da companhia. Ela soube a respeito da vaga e encaminhou o currículo. Naquele momento, Nora estava iniciando MBA em Finanças no IBMEC-MG. A executiva comenta que no processo de seleção, a formação em Direito foi vista como diferencial em função da parte de compliance, conhecimento sobre as instruções da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e de regras e normas relativas ao mercado de capitais. O Direito também a ajudou a desenvolver habilidades de comunicação. “Sempre gostei do mercado de capitais. Mas cheguei a área de RI por acaso”, diz. Na época, a profissão de RI ainda era pouco disseminada. “Atuávamos muito com base na experimentação. Viemos de uma “escola” onde aprendíamos, fazendo. Hoje, a profissão está mais estruturada e existem cursos específicos. Acho isso interessante. O suporte teórico facilita a vida, principalmente diante do atual nível de complexidade”, afirma Nora. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) incluiu, em fevereiro deste ano, na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) a profissão de Relações com Investidores.

Nora Lanari assumiu o cargo de diretora de RI da Localiza no final de 2013. “Como a área é enxuta, a rotina mudou pouco, eu fazia contato com investidores e viajava muito. Eu também já assumia uma certa liderança a transição foi tranquila mas, obviamente, a responsabilidade aumentou”, conta.

Desempenho no primeiro semestre
No primeiro semestre de 2015, a receita líquida consolidada da Localiza foi de R$ 1,96 bilhão, 5,8% acima da registrada no mesmo período do ano passado. Conforme a diretora de RI, Nora Lanari, o desempenho da companhia é bastante consistente diante do cenário macro que é apertado, com previsão de queda relevante do PIB do país este ano. Em meados de agosto, os analistas passaram a estimar uma retração de 2,01% na economia brasileira em 2015, segundo o Boletim Focus do Banco Central. “A Localiza conseguiu, no primeiro semestre, um crescimento de quase 6% na receita líquida. Mas com a pressão da inflação nas linhas de custos, a margem Ebtida caiu um pouco no aluguel de carros mas foi de certa forma compensada pela compra e venda de carros bastante eficiente. A depreciação dos veículos diminuiu de forma considerável”, ressalta a executiva. Ela enfatiza que a Localiza tem seguido uma estratégia de precificação ativa para estimular a demanda, o que também impacta as margens e, por sua vez, foi contrabalançada pela redução das despesas com depreciação.

Nos primeiros seis meses deste ano, o Ebitda da companhia foi de R$ 467,8 milhões, uma queda de 4,6% em comparação ao primeiro semestre de 2014. A margem Ebitda de aluguel consolidado – Divisões de Aluguel de Carros e de Gestão de Frotas - ficou em 41,9% ou 4,4 pontos percentuais abaixo da registrada entre janeiro e julho do ano passado. Na Divisão de Seminovos, a margem Ebitda no primeiro semestre de 2015 subiu para 8,2%, 1,2 p.p. acima da atingida em igual período de 2014.

No primeiro semestre, a depreciação anualizada por carro na Divisão de Aluguel de Carros foi de R$ 598,6, muito abaixo de R$1.270 em 2014. Na Divisão de Gestão de Frotas, a depreciação anualizada por carro no 1S15 foi de R$ 4.118,2, uma queda de 2% em relação à média de 2014.

Segundo Nora Lanari, a Localiza tem se preparado há algum tempo para o cenário desafiador da economia brasileira. Nesse sentido, houve reforço no caixa, que soma R$ 1,3 bilhão, e o perfil da dívida da companhia foi alongado.

ANIMA: destaque entre as “small & mid cap”

A Anima Educação foi um dos principais destaques do prêmio IR Magazine Awards Brasil 2015. A companhia foi indicada em cinco categorias e premiada em quatro delas. Pelo segundo ano consecutivo, Leonardo Haddad, diretor de Relações com Investidores, foi premiado na categoria Melhor Executivo de RI de “small & mid cap”. Além disso, foram os melhores nas categorias Melhor Encontro com Investidores, Maior Evolução em Relações com Investidores e Grand Prix de Melhor Programa de Relações com Investidores, entre as empresas “small & mid cap”.

Para Leonardo Haddad, a premiação é o reconhecimento de um trabalho que vem sendo desenvolvido com muita atenção. “Nosso time trabalha diariamente para que todas as iniciativas da instituição sejam realizadas com excelência. Ter as nossas práticas reconhecidas por uma publicação como a IR Magazine mostra que estamos no caminho certo”, diz. Formado em Administração de Empresas pela FGV e com MBA em Finanças pelo IBMEC, Leonardo ingressou na Anima em 2006 na área de tesouraria, onde atua até hoje, e em 2013, assumiu também a recém-criada área de Relações com Investidores, pouco antes do IPO da companhia.

Daniel Castanho, presidente da Anima Educação, ressalta que o prêmio é motivo de muita alegria. “É inspirador trabalhar com uma equipe tão motivada e engajada em fazer acontecer como a nossa. A Anima é um espaço onde realizamos vários sonhos, regidos por um único propósito, que é mudar o país por meio da educação”, afirma.

Diferenciais
Haddad ressalta que o grande diferencial do relacionamento da Anima com seus diferentes públicos é a disponibilidade e transparência. “Há uma grande preocupação em sair do padrão e manter uma relação muito próxima com os acionistas, para que eles conheçam a essência do Grupo, os valores e propósitos”.

Para isso, a companhia desenvolveu o Anima Day, evento que permite uma verdadeira imersão no “mundo Anima”. Nesta ocasião, os investidores podem conversar com os times das áreas acadêmicas, de inovação, e demais áreas conhecendo pessoas, nossas práticas e expectativas. “Não perdemos a oportunidade de perguntar quais as áreas de interesse dos investidores em nossas interações, e quais as sugestões de melhoria para analistas e gestores que estudam muito nosso setor”, diz.

Apesar de o departamento de RI contar com apenas dois integrantes, Haddad ressalta que todas as equipes da Anima estão sempre disponíveis para ajudar. Além do atendimento às principais demandas dos investidores, o executivo conta que procura se antecipar e ser proativo, mas sempre com cautela para evitar informação privilegiada. “Desta forma, quando há um ponto importante levantado pelo mercado, assim como qualquer divulgação de resultado ou fato relevante, informamos ao mercado de forma simultânea e simétrica”.

Além disso, o executivo destaca a “qualidade e acessibilidade do management da companhia, muito alinhado e entrosado, possibilitando uma área de RI relativamente pequena, mas capaz de cuidar do atendimento de diversos públicos ao mesmo tempo, e sempre falando a ‘mesma língua’”.

Neste momento, a equipe de RI está trabalhando no Relato Integrado, uma ferramenta considerada muito útil aos investidores e ao público em geral. Além disso, está buscando aumentar a liquidez e aperfeiçoar o trabalho de divulgação e comunicação com o mercado, através do uso de ferramentas cada vez mais tecnológicas e inteligentes, incluindo o aprimoramento do website de RI. “Valorizamos muito a opinião e o feedback de nossos investidores e do mercado em geral, numa busca contínua pela excelência”, diz.

Perfil
A Anima é uma das maiores organizações educacionais privadas de ensino superior do país, tanto em termos de receita como em número de estudantes matriculados, segundo a Hoper Educação. A Anima possui mais de 10 anos de experiência no setor de ensino superior brasileiro, contando com uma rede de três Centros Universitários (Una, UniBH e Unimonte) nos estados de Minas Gerais e de São Paulo, e duas Faculdades, nas cidades de Betim e Contagem (Minas Gerais), detendo marcas que são reconhecidas e tradicionais, com mais de 40 anos de história. O portfólio inclui também a HSM, uma das mais renomadas instituições de educação corporativa no Brasil.

Partindo de uma operação inicial em 2003 com dois campi e cerca de 3,8 mil estudantes matriculados, a companhia apresentou um crescimento sólido e constante nos últimos anos, tanto por crescimento orgânico, quanto por aquisições. O número de alunos teve um aumento expressivo desde dezembro de 2010. Neste período, o número de estudantes matriculados cresceu 40%.

Expectativas
Para Haddad, o atual momento da empresa não poderia ser melhor. “O processo e a abertura de capital em si sempre foi, para nós, um começo e não um fim”, diz. O planejamento vem sendo seguido à risca, com um ritmo de crescimento sustentável e com rentabilidade crescente ao longo do tempo, porém nunca deixando de lado os importantes investimentos para melhorar continuamente a qualidade da educação que oferecem aos alunos, respeitando seu posicionamento. “Continuamos acreditando na capacidade de melhorar e aprender sempre, seja com nossos alunos, professores e colaboradores ou com nossos atuais e futuros investidores”, conclui.

Nesse momento de instabilidade, a companhia continua com a mesma estratégia: educação de qualidade com escala e com o forte propósito de transformar o país pela educação. “Estamos avaliando oportunidades, e nos preparando para enfrentar qualquer cenário, de forma prudente, mas corajosa. Estamos no início da nossa trajetória, com o compromisso de trabalhar muito, e acreditamos que o trabalho de todo o time Anima fará a diferença para o nosso país, é isso que nos move”, conclui.

Emílio Fugazza, EZTEC: melhor executivo de RI, “large cap”

Emílio Fugazza, diretor de Relações com Investidores da EZTEC – umas das companhias com maior lucratividade do setor de construção e incorporação no Brasil - foi eleito o “Melhor Executivo de RI”, pelo IR Brazil Awards 2015, na categoria de empresas “large cap”.

A EZTEC ainda esteve entre as cinco finalistas na categoria de “Melhor Encontro de Relações com Investidores”. A empresa tem marcado presença entre os indicados de forma recorrente nas últimas edições da premiação, Segundo Emílio Fugazza, isso é um motivador permanente para incrementar o desempenho, visto que, profissionais ligados ao mercado de capitais reconhecem o nome da EZTEC como referência quase única no setor de incorporação imobiliária, em relações com investidores. “Receber esse prêmio é reconhecer todos os profissionais que passaram pela área de RI da EZTEC e, motivo, para quem está, de redobrar esforços”, diz.
 
O executivo acrescenta: “Vejo o resultado alcançado como um reflexo do comprometimento e da seriedade de todos envolvidos com a operação da EZTEC ao longo destes anos. Esta administração e a equipe de Relações com Investidores seguem determinadas em manter suas características de transparência e qualidade da informação, buscando atender, sempre da melhor forma, as necessidades de todos nossos acionistas”, conclui.

Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de São Carlos, desde o início Fugazza direcionou sua carreira para gestão de empreendimentos imobiliários, que envolve análise de qualidade econômica e financeira, orçamento, planejamento de execução e apuração de resultados. Esse trabalho foi desenvolvido para a EZTEC durante quase 10 anos, quando ele foi convidado a se tornar Diretor de Planejamento da companhia, em 2007, passando, posteriormente a Diretor Financeiro e de Relações com Investidores. “Considerando os desafios do setor imobiliário na época, incluindo a abertura de capital e o incremento do volume de operações, ter dedicado minha formação ao planejamento na construção civil me proporcionou uma ampla flexibilidade para diagnosticar cenários e definir estratégias de crescimento para a companhia”, explica.

Relacionamento
Segundo Fugazza, a palavra de ordem da área de RI é “transparência”, pois considerando a EZTEC uma companhia de capital aberto, de controle familiar, com controlador presente nas operações cotidianas, é fundamental que não existam “ruídos” na comunicação e na estratégia da companhia. “Desta forma, procuramos, em primeiro lugar, posicionar a EZTEC no contexto de mercado e de seus concorrentes, realizando um trabalho permanente de educação setorial, procurando avaliar as diferenças, as vantagens competitivas e os limites”, afirma.

A área de Relações com Investidores na EZTEC é composta por Diretor, Coordenador e Analistas, dependendo da fase e intensidade de negócios. Como atividades principais, destacam-se a organização e o preparo de divulgação de informações ao mercado, assessoria de imprensa, relacionamento e suporte a órgãos reguladores, auditorias, bem como gestão de advocacia societária no cumprimento de obrigações vinculadas a companhias de capital aberto. Não obstante, o RI oferece suporte a diversas áreas operacionais no que tange ao alinhamento e esclarecimento das informações divulgadas.

Além disso, a área também é responsável pelo atendimento constante por telefone ou e-mail, com profissionais capacitados na compreensão da operação e, não somente, no desempenho econômico financeiro. Também vale destacar a exposição dos executivos, em reuniões públicas, de forma a levar para a comunidade do mercado de capitais o contato com os profissionais que estão presentes no cotidiano da operação.

Entre os aspectos que ainda precisam ser melhorados, o executivo cita o desenvolvimento de processos que gerem as atividades operacionais e a inter-relação de diretorias. “Considerando que processos, mais do que burocracias, são ferramentas de trabalho que aprimoram gestão, permitem o desenvolvimento da ética no trabalho, auxiliam na inclusão de boas práticas e, definitivamente tornam a companhia transparente, creio que a despeito dos avanços que realizamos, ainda temos um longo caminho a perseguir”, avalia.

Construção
Considerando os volumes de lançamentos e vendas praticados nos últimos 18 meses, é possível considerar um setor em recessão que está se aprofundando rapidamente devido aos gargalos de crédito e, não obstante, ao crescente desemprego. “Devo pontuar que neste período houve um enfraquecimento do setor perante o poder judiciário em práticas de mercado que pareciam absolutamente consolidadas e, desta forma, reduzindo agressivamente os investimentos dos incorporadores, ou seja, a ‘tempestade perfeita’”, diz.

Ao longo dos 36 anos de existência, a EZTEC é reconhecida como uma empresa fora da curva dentro do setor que atua. Uma das maiores incorporadoras do país, o seu principal atrativo é a rentabilidade. A companhia escolheu o caminho do crescimento sustentado por uma operação totalmente focada em uma região geográfica e em uma classe social (atuação exclusiva em São Paulo e na classe média).

Fugazza também menciona uma operação planejada sobre uma sólida posição de balanço. Desta forma, segundo ele, mesmo em um cenário econômico adverso, a companhia terá condições de manter uma operação saudável, focada na qualidade dos ativos que possui. “É inevitável que estamos passando pela construção de um novo Brasil, com um novo mercado e, com a expectativa de uma nova matriz econômica. A EZTEC se posiciona como uma das empresas brasileiras melhor preparadas para esta nova era”, conclui.


Continua...