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O mercado está mudando e com ele vem a evolução nas Relações com Investidores. Como se comunicar com milhões de investidores ao mesmo tempo, atendendo às mais variadas dúvidas e questões? Novas tecnologias surgiram para auxiliar nessas demandas, mas também aumentaram os desafios: os investidores estão mais informados e discutem abertamente o mercado. É preciso atrair, engajar e informar esses investidores. Surge uma nova onda nas Relações com Investidores.
Em um universo com 3,4 milhões de CPFs (4 milhões de contas) na renda variável, atingido no 3º trimestre de 2021, de acordo com dados da B3, surgem novas demandas na comunicação com esse público, fruto de um investidor pessoa física que ganhou maturidade. Os juros em alta e o retorno da renda fixa não mudaram esta realidade, segundo especialistas.
Recebendo um fluxo enorme de informações, de influenciadores, youtubers, casas de análise e outros agentes de mercado, o investidor de varejo também se tornou mais exigente e ao mesmo tempo mais sofisticado. A percepção é de Alfredo Setubal, presidente da holding Itaúsa, que acredita que o investidor de varejo passou a entender melhor a dinâmica de mercado. “Não vejo mais um grau de reclamação elevado das pessoas que compraram eventualmente uma ação e esta caiu”, aponta.
Para Setubal, o fluxo maior de informações na internet, evitou com que muitos investidores entrassem em pânico em momentos de forte volatilidade da bolsa, como já ocorreu no passado.
Raphael Figueredo, sócio analista da Eleven Financial, aponta que foram três fatores que auxiliaram o investidor pessoa física a adquirir tal maturidade: a tecnologia, que facilitou o acesso ao mercado de capitais com informação rápida e ferramentas diversas; os assessores de investimentos que personalizaram a prateleira de produtos de acordo com o perfil do investidor de varejo e o cenário macroeconômico, onde a realidade não permite que o investidor tome decisões excludentes: entre elas, sair da renda variável e ir para a renda fixa.
“Hoje o investidor brasileiro pessoa física tem a noção de que precisa acessar o mercado de capitais para fazer seu dinheiro render muito além da inflação e do Ibovespa”, destaca Figueredo.
Ao mesmo tempo, esses investidores de varejo gostam de se sentir representados, conhecer as informações das companhias de capital aberto de forma clara, sem termos técnicos, tirar dúvidas sobre investimentos. Segundo dados da B3, novos investidores surgem além da esfera da região Sudeste, com o Norte e Nordeste ganhando tração, além de diversificação na faixa etária, com jovens entre 25 e 39 anos representando 50% dos novos investidores e o crescimento de mulheres investidoras.
Empresas do século XXI
Guilherme Santana Oliveira, investidor desde 2018 e professor no Paraná, representa claramente este novo perfil. Ele contou à Revista RI que a Itaúsa (ITSA4) foi uma das primeiras ações nas quais investiu. Adepto a filosofia dos dividendos, ele ouviu de alguns analistas que comprar Itaúsa era a mesma coisa que comprar Itaú com desconto, então decidiu investir nas ações da holding.
Embora o pontapé inicial tenha sido em função dos dividendos, Santana admite que o motivo para ter segurado o papel, mesmo durante a pandemia, foi que a Itaúsa é uma empresa diversificada. “Ela não tinha apenas o Itaú, e sim outras diversificações como Dexco (Duratex), Alpargatas, uma indústria de gás e recentemente ela comprou participação em uma empresa de saneamento, a Aegea”, comenta.
Em razão dessa diversificação de portfólio, Santana enxerga a Itaúsa como uma espécie de reserva na renda variável. “Percebo que quando o Ibovespa cai 5% ela cai bem menos e tem um preço mais estável em relação a outras ações”. O investidor desfez posição em maio de 2021, mas aponta que pretende investir novamente na holding para criar uma reserva de oportunidade para novas compras na renda variável.
Foi pensando em investidores como Guilherme, que a Itaúsa lançou em agosto sua nova campanha nacional “Itaúsa. Grandes marcas, grande história, grande futuro”, com o intuito de apresentar o portfólio de empresas que integram a holding e quanto elas estão presentes no dia a dia dos brasileiros para o investidor de varejo.
Atualmente, a Itaúsa está entre as 10 companhias com maior base de acionistas pessoa física na bolsa de valores, segundo levantamento da B3. Até o mês de setembro, a holding tinha 903 mil acionistas pessoa física.
Segundo cálculos da Itaúsa, considerando os quase 4 milhões de contas de investidores de varejo na bolsa brasileira, era possível deduzir que 1 em 4 investidores de ações tinha papéis da Itaúsa. “Temos 1 acionista em pelo menos 92% dos municípios brasileiros”, apontou Alfredo Setubal.
A campanha - caracterizada pelo código da ação ITSA4, algo pouco usual entre as publicidades de empresas de capital aberto brasileiro - foi dividida em três etapas, concluídas no final de outubro.
A primeira etapa falou das 7 grandes marcas que integram o portfólio da holding, entre elas: Alpargatas, Itaú Unibanco, XP, Dexco, Aegea, NTS e Copa Energia. A segunda reforçou o tamanho da base de acionistas, considerando investidores pessoa física e institucionais, que supera mais de 1 milhão de investidores. Já na última fase, considerando que os novos investidores eram representados por jovens entre 20 e 35 anos, a Itaúsa decidiu apresentar uma companhia com visão de futuro, comprometida com princípios ESG (ambiental, social e governança) na gestão da holding e das controladas.
A campanha feita a nível nacional, em redes sociais, mídia impressa, digital e TV fechada, impactou mais de 35 milhões de pessoas. “A nossa preocupação é que a Itaúsa seja uma empresa do século XXI”, reforça Setubal.
Mais de 400 mil investidores de varejo
Companhias como Itaúsa, Itaú Unibanco e Oi, carregam consigo a responsabilidade de ter uma base de investidores pessoa física superior a 400 mil acionistas, segundo levantamento da B3. E, quanto maior o número de investidores de varejo, maior é a necessidade destas companhias reformularem suas comunicações, muitas vezes, voltadas principalmente para o investidor institucional.
A grande crítica do mercado, é que a comunicação nem sempre é clara quando o assunto é investidor pessoa física. “Muito menos para o investidor iniciante, por isso existem os profissionais de mercado e os influenciadores para tentar deixar tudo mais simples e claro”, aponta Pablo Spyer, economista-sócio da XP Investimentos e CEO do Vai Tourinho.
O influenciador e especialista em investimentos, Fabrizio Gueratto, tem a mesma percepção dos 340 mil inscritos que o acompanham no canal de Youtube: 1 Bilhão Educação Financeira. Em entrevista à Revista RI, ele compartilhou uma experiência recente que prova como, muitas vezes um, fato relevante não é traduzido para o público leigo, seja com um vídeo ou outros formatos de comunicação.
“Teve uma companhia que lançou uma despesa não recorrente no balanço do terceiro trimestre e ninguém entendeu o que era. Depois de conversar com uma pessoa da direção da empresa, entendi que era um problema de ações trabalhistas represadas por causa da pandemia. Isso não foi explicado para o público, que não tinha como saber por que os números vieram bons ou ruins. Muitas vezes, o investidor institucional pode achar o dado ruim, o papel cair, e o investidor pessoa física não entender o motivo de tais movimentos”, comenta.
A experiência comprovou para Gueratto como ainda era preciso evoluir muito na comunicação entre o capital aberto e o investidor de varejo. Segundo ele, nos próximos 3 ou 5 anos, essa base de investidores pessoa física pode saltar para 10 milhões, ajudando a movimentar o mercado de ações. “Eles não são mais aqueles ‘patinhos feios’ que movimentavam pouco dinheiro, cada vez mais o investidor de varejo tem mais peso”, defende.
Dada esta nova realidade, as companhias com maior base de investidores pessoa física deram a largada na reformulação das suas comunicações com este novo público. A Itaúsa, por exemplo, iniciou um trabalho de se aproximar com o investidor pessoa física há dois anos. O movimento, segundo Alfredo Setubal, incluiu entrar no Instagram em março deste ano para produzir conteúdo. Com poucos meses de vida, a rede social se tornou a maior fonte de engajamento da holding que experimentou um crescimento de 130% no número de seguidores nos últimos 3 meses.
Atualmente a companhia tem uma base de mais de 10 mil seguidores na rede. Enquetes, caixas de perguntas nos stories, compartilhamentos já contribuíram para engajar mais de 6.500 pessoas, segundo a companhia. Além do Instagram, a Itaúsa também trabalha ativamente no LinkedIn, lançado em 2020, onde tem mais de 25 mil seguidores. E no YouTube, criado em setembro do ano passado, onde conta com mais de 3,7 mil inscritos.
Trimestralmente, Alfredo Setubal, CEO da holding, é motivado pela sua equipe de comunicação a gravar alguns vídeos sobre a companhia, com uma comunicação menos técnica e mais focada na estratégia de investimentos da holding, curiosidades e resultados da Itaúsa e subsidiárias. “Virei um CEO influencer, Itaúsa influencer”, brinca ele.
Parte dessa estratégia de aproximar o CEO do investidor de varejo também inclui o evento Panorama Itaúsa, que em setembro foi assistido por mais de 10 mil pessoas, ao vivo e no Youtube, com a opção do investidor poder enviar suas dúvidas pelo chat, WhatsApp e redes sociais.
A Itaúsa conta com uma newsletter, integrada com todas as redes sociais, que apresenta diversas informações para o investidor de varejo, desde questões de portfólio da holding, o que as subsidiárias andam fazendo, até informações sobre práticas ESG, crescimento das ações e pagamento de dividendos.
Foi graças a esta comunicação que o investidor Guilherme Santana teve seu primeiro contato com sites de Relações com Investidores. Ele lembra que a Itaúsa foi a primeira companhia que ele acessou o RI, se cadastrou no mailing e acompanha os fatos relevantes, principalmente os de dividendos. “Visitando o site de RI da Itaúsa, assisti uma palestra do Setubal do Panorama Itaúsa, achei bem interessante a fala dele, me deu confiança na gestão da companhia”, lembra Santana.
Embora em recuperação judicial, outra companhia que concentra uma base forte de investidores de varejo é a Oi, com 1,343 milhão de acionistas pessoa física e a quarta no ranking da B3. O número de investidores de varejo supera inclusive os investidores institucionais e pessoas jurídica da companhia.
Marcelo Augusto Salgado Ferreira, diretor de Relações com Investidores da Oi, apontou à Revista RI estar ciente dos desafios que esta nova base de investidores, com um perfil heterogêneo carrega. Segundo ele, o primeiro desafio foi ajustar a comunicação, para depois encontrar canais eficientes para levar a informação ao maior número de pessoas possíveis.
A estratégia de distribuição dessa informação considerou um contato mais próximo com os novos agentes de mercado, entre estes influenciadores digitais especializados em mercado financeiro, lives periódicas coordenadas com corretoras usadas pelo investidor pessoa física e conduzidas pelo CEO e CFO da Oi transmitidas pelo Youtube, participação em conferências, roadshows e a reformulação do site de RI, para uma interface mais simples e intuitiva e que facilite a resposta a um maior número de questões enviadas pelos investidores via e-mail.
Por se tratar de um ativo em recuperação judicial, Salgado entende da necessidade de explicar com uma linguagem simples o planejamento de médio prazo da companhia, fornecendo projeções operacionais e financeiras, assim como atualizando seus investidores dos novos passos que ocorrem no processo. “Acredito que o elevado número de pessoas físicas na base comprova que estamos fazendo um bom trabalho de comunicação e transparência”, defende ele.
A Oi busca agora uma troca de experiências com outras companhias de capital aberto, para melhorar o uso das redes sociais e ampliar o alcance das informações públicas da companhia.
Ainda entre as companhias com maior base de investidores pessoa física é possível encontrar o Banco Itaú, que até maio de 2021, detinha na sua base 491.554 investidores de varejo, de acordo com levantamento da B3. Segundo Renato Lulia, diretor de Relações com Investidores e Inteligência de Mercado do Itaú Unibanco foi esta base de investidores de varejo que fez com que o banco criasse um glossário de termos mais técnicos usados constantemente no balanço, para traduzir essa linguagem financeira a um público maior.
Além desta estratégia, o Itaú começou um trabalho de mapeamento das melhores práticas no mercado nacional e internacional de Relações com Investidores que poderiam ser replicadas pelo banco. “Dentro deste mapeamento consideramos a agenda ESG, a transparência na comunicação e montamos um time dedicado exclusivamente a atender o investidor pessoa física na área de RI”, conta Lulia.
O banco também reformulou completamente seu site de RI, inserindo conteúdo multimídia, vídeos trimestrais sobre os resultados da companhia e um podcast chamado Investcast para auxiliar investidores de varejo e analistas sobre o banco.
Embora as estratégias adotadas pelas companhias mais populares entre o investidor pessoa física comprovem a preocupação do capital aberto por se aproximar deste novo público, Raphael Figueredo, da Eleven Financial, aponta que ainda há um longo caminho pela frente para esta comunicação se tornar ideal. Ele destaca, por exemplo, a necessidade dos departamentos de RI entenderem que existe universos de investidores, para os quais devem ser criadas estratégias de comunicação diferentes.
Enquanto o investidor institucional, precisa de informações específicas, técnicas e dados numéricos, Figueredo defende que o investidor pessoa física demanda mais de conhecimento, diretrizes, situações de governança e ESG das companhias, do que propriamente múltiplos ou projeções.
“São comunicações diferentes, mas que no universo do RI estão majoritariamente voltadas para o investidor institucional, e em um formato falho para o de varejo”, aponta. Com o aumento deste público, a tendência segundo Figueredo é que o departamento de RI seja dividido em duas esferas de comunicação, que não devem se misturar.
Em ascensão entre o varejo
Companhias como Klabin e Gerdau, já contam com uma base de mais de 200 mil CPFs entre seus acionistas. Embora não estejam entre as “top 10” do investidor pessoa física, olhando para o levantamento da B3, são companhias em forte ascensão presentes entre as 50 maiores na base de investidores de varejo.
Para Luiza Chaves Gabriel, coordenadora de RI da Klabin, desde 2019 o salto no número de CPFs que investem na companhia foi de mais de 10 vezes, passando de 20 mil investidores pessoa física no começo de 2019 para mais de 200 mil atualmente. “Com esse crescimento surgiu a necessidade de se comunicar com esse público novo chegando na bolsa de valores”, comenta. O crescimento da base de investidores de varejo trouxe consigo novas interações para o RI da Klabin, relacionadas a temas de dividendos e dúvidas sobre o informe de rendimentos.
Para se comunicar melhor com esse público, muitas vezes leigo no mercado financeiro, a companhia criou o Klabin Invest em dezembro de 2020, um canal de podcast e vídeos com o objetivo de fortalecer a marca da companhia e apoiar os acionistas que estavam começando a investir.
Luiza Chaves explica que o canal traz conteúdo exclusivo semanalmente, desde entrevistas com especialistas, com uma linguagem leve e descontraída, muito diferente dos documentos regulatórios e dos releases de resultados. Trimestralmente, a companhia também cria vídeos com os destaques do balanço com uma linguagem mais ilustrativa e organiza lives com o CFO.
Foi criado também o quadro “RI Responde” onde os investidores podem enviar suas dúvidas dos vídeos e podcast para aproximar eles da empresa. “Foi uma forma de aproximar o time de RI da Klabin do investidor de varejo que muitas vezes não entra em contato com a empresa e utiliza corretoras para tirar dúvidas”, aponta.
Outra companhia que usufrui de vídeos curtos, redes sociais e podcasts para se aproximar do investidor pessoa física é a Gerdau, que também conta com uma base de mais de 200 mil investidores de varejo. Apenas no LinkedIn, a empresa tem 2 milhões de seguidores.
Rodrigo Maia, gerente geral de Relações com Investidores da Gerdau, explica que os pilares que guiam a comunicação da empresa são: sustentabilidade (ESG), mindset digital com o uso do RI virtual e acessibilidade de informação para todos os públicos incluindo o investidor pessoa física. “Um exemplo desta estratégia é a publicação mensal “Aproxima Gerdau”, adaptando as informações da empresa para uma linguagem do investidor de varejo”, afirma.
Com o mercado se democratizando, Maia percebeu também que o investidor pessoa física se relacionava mais com corretores e casas de análise, do que com bancos tradicionais brasileiros e americanos. Foi quando a Gerdau decidiu se aproximar também destes players, por exemplo, organizando uma entrevista do CFO da companhia, Harley Scardoelli, para o time de analistas do banco Inter. “Com a chegada das pessoas físicas na nossa base, iniciativas como as do banco Inter ou com a XP Investimentos foram auxiliando a Gerdau a se aproximar do investidor de varejo”, aponta Maia.
Para Raphael Figueredo, da Eleven Financial, a estratégia de envolver as lideranças das companhias, na figura do CEO e CFO, é cada vez mais necessária para se aproximar do investidor de varejo. Segundo ele, embora o RI seja um porta-voz da companhia, o investidor pessoa física tende a se espelhar mais na liderança, que muitas vezes se encontra distante deste público. “É importante envolver o CEO e CFO em comunicados para o investidor pessoa física, sobre o que eles estão fazendo, pretendem fazer, no lugar de apenas apresentar números, metas, vendas”, defende.
Figueredo é crítico com o mercado, embora reconheça os avanços e esforços das companhias de capital aberto para se comunicar com os investidores de varejo, ele aponta que ainda não existe nenhuma companhia com práticas consideradas ideais para falar com as pessoas físicas. “A história da empresa é uma história que precisa ser contada no dia a dia, e não apenas uma fotografia do trimestre, com vídeos a cada certo tempo. Estamos muito longe de acessar aquela pessoa que chega pela primeira vez”, aponta. Para ele se faz necessário dar as boas-vindas a esse novo investidor, que compra pela primeira vez a ação da empresa, apresentando o que a companhia está fazendo e adaptando a individualidade dele.
DNA diferente
Antes mesmo de abrir capital na bolsa de valores, em julho deste ano, o TC (antigo TradersClub) já nascia sob a ótica de ser muito próximo do investidor pessoa física. A companhia que iria implementar entre seus serviços o atendimento a diversos departamentos de Relações com Investidores no capital aberto para aproximar eles do investidor de varejo - plano que concretizou com a aquisição da plataforma RIWeb em setembro - decidiu aplicar a sua experiência pessoal do que deveria ser melhorado para atender o investidor pessoa física.
Pedro Machado, diretor de RI do TC, explicou à Revista RI, que uma prática muito comum da companhia é fazer um vídeo explicativo após cada aquisição nova do TC, para apresentar de forma simples e clara o potencial que essas aquisições têm para a empresa, esclarecendo eventuais dúvidas dos investidores pelas redes sociais. “Tentamos ser um exemplo de comunicação até mesmo para outras companhias abertas para as que fornecemos o serviço”, explica.
Matheus Oliveira, head de RI do TC, cita outras estratégias que a companhia tem utilizado para aprimorar a sua comunicação com o investidor de varejo. Uma delas passa pelo tempo de resposta às dúvidas enviadas pelos investidores no canal do RI. A companhia tem respondido questões pelo e-mail e dúvidas do investidor pessoa física em tempo recorde, uma prática não muito frequente no mercado. “Geralmente os RI recebem uma demanda e respondem em 2074, para depois marcar uma reunião virtual para 2083, quando todos os problemas do investidor já foram resolvidos”, ironiza.
Para evitar essa demora na interlocução, o TC optou por utilizar um hub específico para dúvidas do investidor de varejo, que além de conseguir encaminhar sua pergunta pelo e-mail abre um chamado, que é acompanhado diariamente. “Dessa forma, o RI tem um prazo para responder aquela dúvida. E o investidor vai acompanhando o status da sua demanda”, destaca.
A resposta geralmente chega em forma de e-mail para o investidor pessoa física, mas caso seja necessária uma explicação mais aprofundada, Oliveira cita que é marcada uma videoconferência. “Nosso objetivo é deixar tudo muito claro e super explicado”, diz.
Esse senso de clareza também virou uma prática recorrente na hora de emitir comunicados ao mercado, fatos relevantes, entre outros. Segundo o head de RI do TC, independentemente de se tratar de um investidor pessoa física ou institucional, a companhia decidiu adotar uma estratégia de traduzir o juridiquês de todos os seus documentos divulgados. “Entendemos que os documentos são difíceis de ler, que o investidor pessoa física não consegue entender esses termos”, comenta.
Apesar dos seus três meses de negociação na bolsa de valores, o TC conta com uma base de investidores pessoa física de 7.033 investidores de varejo, de acordo com dados da B3 até o final de agosto. A companhia integra o Novo Mercado e segundo Oliveira está se preparando para participar de outros índices, entre estes o novo ISE e outros que representem os pilares ESG. “Consideramos índices um bom termômetro de mercado e um selo que facilita o acesso ao mercado de capitais”, defende Oliveira, head de RI do TC.
Por trás da estratégia
Para conseguir operacionalizar todas as demandas de transformação nas estratégias de comunicação dos RI, um novo mercado cresce com força junto ao incremento de investidores pessoa física na bolsa. É o universo de plataformas de RI, entre os quais é possível encontrar nomes como MZ Group, TC, Global RI e Ten Meetings.
Nesse mercado destinado a auxiliar as companhias na sua comunicação com o investidor de varejo, o líder do segmento atualmente é o MZ Group, parceiro de 90% das companhias listadas na bolsa brasileira e que já apoiou 95% dos IPOs desde 2004.
Segundo PH Zabisky, CEO do MZ Group, a companhia conta com 800 clientes em 12 bolsas de valores, desde empresas listadas, em processo de IPO e até gestoras de investimentos. “Anualmente ocorrem mais de 1.500 IPOs no mundo e a MZ está posicionada para conquistar a confiança dessas novas empresas”, aponta.
Zabisky destaca que o perfil do investidor pessoa física está evoluindo rapidamente. Se trata de um investidor de varejo que consome informação de forma diferente, pauta suas decisões em análises técnicas e opiniões de influenciadores e busca estar constantemente atualizado. Esse investidor, também procura por valores ESG que transcendem apenas aos econômicos tradicionalmente apresentados pelas companhias. “Posicionamento de marca, transparência, exposição positiva, liderança das companhias, tudo isso faz parte”, afirma.
Foi a partir desse novo perfil do investidor pessoa física que Zabisky percebeu um trabalho de educação financeira feito pelas companhias, com materiais exclusivos, apresentações, vídeos e uso de redes sociais para esclarecer as dúvidas dos investidores. “Os textos têm ficado com uma linguagem mais próxima desse novo investidor e até as videoconferências vem ganhando cada vez mais adeptos”, reforça.
Com essas novas demandas, o volume de atendimento às pessoas físicas também aumentou, fazendo necessário com que os RIs otimizem melhor suas rotinas, usufruindo da tecnologia para ganhar tempo. Foi neste contexto que o MZ investiu em soluções tecnológicas para melhorar a experiência do investidor pessoa física com as empresas, como uso de chatbot de inteligência artificial, resultados interativos com sistemas de BI (Business Intelligence), integração de reels nas redes sociais e vídeo conferências.
Por outro lado, os profissionais de RI também foram auxiliados no processo, para automatizar demandar e usar a inteligência de mercado para controlar as interações e monitorar o movimento do mercado.
A questão de uma dinâmica de comunicação mais clara com o investidor de varejo também está sendo usufruída por um dos principais concorrentes do MZ Group, o TC, que recentemente apostou neste mercado com a aquisição da plataforma RIWeb em setembro de 2021.
Para Pedro Machado, diretor de RI do TC, a companhia atende hoje quase 100 companhias do capital aberto de um universo de quase 500 listadas. “O nosso concorrente principal é o MZ Group que tem os clientes que ainda não temos, mas acreditamos que conseguimos adquirir pelo nosso diferencial com investidores pessoa física”, aponta.
Além das empresas listadas, o TC também tem encontrado oportunidades em clientes como fundos de venture capital, companhias que emitem debêntures, ou certificados de recebíveis imobiliários e agrícolas (CRI E CRA), além de fundos de investimento. Para Matheus Oliveira RI do TC, existe também uma demanda crescente dos fundos em diversificar sua comunicação com o investidor pessoa física. “Muitas vezes eles precisam traduzir o que falam nas cartas que enviam ao mercado, ou em movimentos diferentes que foram feitos”, explica ele.
Entre as principais dores do investidor observadas pelo TC está a comunicação com o RI, do qual muitos investidores de varejo reclamam de nunca serem respondidos ou demorarem para ter um retorno. Além disso, Machado cita a dificuldade de acesso a informações sobre as companhias, por este investidor, que não consegue acessar com clareza o site de RI da empresa, o calendário de eventos e conferências.
Para facilitar esse acesso e aproximar o investidor pessoa física dessas companhias abertas, o TC decidiu integrar a sua plataforma de investidores com as informações da RIWeb, facilitando para aqueles que já transitam pelo TC o acesso a dados destas companhias. A integração começa a ser implementada em novembro e deve ser 100% finalizada em fevereiro, segundo Machado.
Ainda para contribuir com esse ecossistema de comunicação com o investidor de varejo, Machado explica que o TC adquiriu a empresa de inteligência artificial, Abalustre, ainda em setembro que vai auxiliar as companhias para entender tudo o que os investidores falam delas nas redes sociais. Além da aquisição da provedora de dados financeiros Economática, em outubro, que deve auxiliar o TC a monitorar mudanças no desempenho operacional das companhias e comprar com outros setores e bolsas no exterior.
“A ideia é integrar todas as novas aquisições para que o investidor não precise sair do TC. Acreditamos que temos tudo para nos tornarmos líderes deste segmento nas empresas e nas pessoas físicas”, defende Machado.
Ainda no universo das plataformas é possível encontrar players menores, mas em ampla expansão, que também atendem dores do investidor pessoa física e dos profissionais de RI.
Para melhorar a gestão do tempo dos profissionais de RI, a plataforma Ten Meetings que conta com mais de 60 clientes no capital aberto, implementou soluções de comunicação escalável por meio de eventos como Investor Day; Conferência de Resultados - que é transmitida ao vivo pela plataforma e também pelas redes sociais LinkedIn e Youtube - além de um sistema de Assembleia Virtual que permite a participação de investidores a distância e a votação online, somada a contagem de votos pela plataforma.
“Os profissionais de RI gastam até 30% do tempo com tarefas manuais, como a contagem de votos, que podem ser feitos pela nossa plataforma clicando um botão”, exemplifica Rafael Wajnsztok, head de Novos Negócios da Ten Meetings.
Outro avanço implementado pela plataforma foi facilitar que os investidores façam perguntas por voz durante o evento pela internet, sem depender necessariamente de sinal analógico ou de telefonia. Na visão de Rafael Wajnsztok, o grande desafio das áreas de RI com a chegada do investidor pessoa física em grande escala é que estes profissionais geralmente integram uma equipe reduzida, muito sobrecarregada, que não consegue criar um canal de comunicação efetivo com um nicho de investidor tão pulverizado.
“Auxiliamos esse RI a focar no seu negócio, no lugar de gastar tempo com tarefas operacionais, principalmente para companhias que abriram capital recentemente e contam com uma equipe reduzida”, comenta o head de Novos Negócios da Ten Meetings.
Também é possível encontrar empresas neste universo, que fogem do escopo tecnológico, para proporcionar as companhias uma consultoria personalizada, é o caso da GlobalRI, uma boutique de serviços de relações com investidores criada em 2006. A consultoria conta com cerca de 20 clientes ativos.
Segundo Doris Pompeu, sócio fundadora da GlobalRI, as principais demandas do investidor pessoa física hoje passam pelo formato dos materiais divulgados pelas companhias que muitas vezes não refletem o grau de entendimento e conhecimento destes investidores. “As companhias precisam usar textos e vídeos mais curtos, simples e objetivos. Resumo dos resultados, uso das mídias sociais”, aponta.
Nos seus 15 anos de experiência, a GlobalRI também identificou a ausência de equidade com os investidores individuais nas ações voltadas pelo RI. Para Doris, são raridade as empresas que incluem o investidor pessoa física em pesquisas de percepção ou análises pós-conferência como se o feedback deste público não fosse importante.
Ela lembra de uma experiência ocorrida com uma companhia de capital aberto antes do boom de pessoas físicas. “Estava coordenando uma teleconferência de resultados trimestrais e um investidor pessoa física entrou na fila de perguntas depois que a operadora já tinha encerrado e passado para o CEO fazer as considerações finais”, lembra ela. Quando o CEO da companhia soube que o investidor tinha ficado sem resposta, pediu para a consultoria que ligasse para ele e se desculpou por não ter dado tempo de responder a sua pergunta se colocando à disposição para todos os esclarecimentos de dúvidas que ele tivesse. “Qual a chance desse investidor deixar de ser acionista dessa companhia? Eu acredito que até hoje ele deve investir nessa empresa”, comenta ela.
Doris observa que é importante um programa de relações com investidores que preze pela igualdade de todas as pessoas que passam pelo atendimento. Ela também cita como grande conflito o número de reclamações de e-mail de investidores sem retorno ou que demoram muito para receber uma resposta. “É preciso uma estratégia para incorporar este investidor em eventos, reuniões, lives que tem funcionado bem”, defende.
Doris não considera a GlobalRI uma plataforma de tecnologia e sim uma consultoria destinada a elaborar materiais, estratégias de atuação, treinamento de equipes de RI, wokshops de disseminação de cultura do capital aberto para empresas estreantes e também as consolidadas como uma espécie de reciclagem.
Agentes de transformação
Diante da necessidade de as companhias de capital aberto reformular suas práticas de comunicação para se aproximar ainda mais do investidor pessoa física, Raphael Figueredo, da Eleven Financial, cita os assessores de investimento, casas de análise e influenciadores como verdadeiros agentes de transformação do mercado de capitais.
Figueiredo observa que, em um universo onde a democratização da informação fez com que os produtos de investimento fossem semelhantes nas corretoras, bancos e plataformas de investimento, foram os assessores e casas de análise que defenderam os interesses do cliente, adaptando esses produtos a cada perfil de investimento.
Já os influenciadores, contribuíram com a simplificação do mercado, sendo para muitos investidores a porta de entrada no universo das ações. Estudo feito pela B3 em 2020 mostra que 73% dos novos investidores aprenderam a investir com Youtubers e influenciadores digitais.
“O papel do influenciador é usar a criatividade para falar com o seu público, levar informação do mercado de capitais, recomendações feitas por analistas, enquanto o trabalho do analista consiste em analisar assimetrias de mercado, gerar recomendações que podem ou não ser usadas por influenciadores”, defende Figueredo. No final, ambos são funções que se complementam e retroalimentam.
Levantamento feito pela Anbima, de setembro de 2020 até fevereiro de 2021, demonstra que existe um universo de cerca de 266 influenciadores de investimentos, que utilizam Youtube, Instagram, Twitter e Facebook como principais redes de engajamento. Estes foram responsáveis por 160 mil vídeos e postagens no período, com a missão de se comunicar com 74 milhões de pessoas, um terço da população brasileira.
Para essa reportagem, a Revista RI contatou alguns destes influenciadores para entender a percepção deles sobre as principais demandas do investidor pessoa física e o que as empresas listadas ainda precisam fazer para melhorar a sua comunicação com este público. Confira a seguir os depoimentos:
PALAVRA DE INFLUENCIADOR
Qual a principal demanda do investidor pessoa física?
Pablo Spyer (YouTube): Sem dúvida educação financeira, para que ninguém caia em esquemas fraudulentos como pirâmides financeiras ou pessoas que se aproveitam dos investidores para manipular o mercado. Você conhece aquele mote do iniciante: ‘Não entendo nada disso?’ Meu objetivo é trazer para o investidor comum os principais conceitos e drivers do mercado sem usar um palavreado difícil, nem inglês que apenas os especialistas entendem.
Júlia Wazlawick (Instagram): Percebo que a maioria deles ainda não possui o conhecimento básico. Principalmente no que tange a parte de administrar as próprias despesas, mas vejo muitos interessados em começar a estudar. Os que já conquistaram alguma educação financeira, possuem muita ansiedade em ganhar dinheiro e querem começar a realizar operações mais arriscadas. Nesse contexto, entra o meu papel de conscientizar e estimular as pessoas a iniciarem em categorias de investimentos de menor risco, estudarem o que estão fazendo para depois, futuramente, iniciarem nos derivativos.
Ricardo Schweitzer (Instagram): Em função de minha trajetória profissional, não tenho muita aderência com público leigo: o pessoal que me acompanha, na maioria dos casos, já tem algum tempo de mercado e uma boa noção de como as coisas funcionam. As principais demandas são, efetivamente, relacionadas a teses de investimento com as quais acabei sendo identificado ao longo de minha trajetória profissional. Também há uma parcela que busca conteúdo mais voltado a filosofias de investimento e "apoio" em momentos conturbados do mercado.
Gabriela Mosmann (Twitter): Busco mostrar a minha jornada e que sou uma pessoa como qualquer outra. Entendo que o que falta para a maioria da população é se sentir representado, o que de certa forma é o que tento fazer. Tenho uma vida como de todos, com várias dificuldades e problemas, bem como tive um percurso longo e com diversos desafios.
Fabrizio Gueratto - 1 Bilhão Educação Financeira (Youtube): Entender que o que vai te deixar rico não é investimento, o que vai te deixar rico é o seu trabalho e o empreendedorismo, é isso que vai te deixar rico, o investimento vai potencializar o dinheiro que você vai ganhar dessas duas formas. Não adianta você ter 1 mil reais na bolsa ou em qualquer outro ativo, se você não tem estratégia nenhuma, isso é uma aposta que na maioria das vezes dá muito errado. A gente tem que ter estratégia e diversificação.
Tay Rodrigues (Youtube): Nós temos opiniões e preceitos sobre o dinheiro igual temos com as pessoas ao nosso redor. Eu quero que as pessoas olhem para o dinheiro delas também enxergando o quanto ele é importante para aquilo que ele serve: prover os sonhos. E como prover os sonhos de forma mais rápida e sem precisar comprometer o tempo, que é o recurso mais escasso e valioso? Investindo. O problema é que muitas pessoas não têm com quem conversar sobre investimentos, principalmente para validar algum entendimento ou explorar oportunidades.
O que falta na comunicação do RI de empresas de capital aberto?
Pablo Spyer (YouTube): Ainda faz falta educação financeira. As companhias de capital aberto têm comunicados complexos, sofisticados e profundos porque as operações do mercado são assim. Se o investidor se interessa por determinada empresa ele tem que rastrear tudo sobre ela, o setor em que a empresa trabalha e onde atua. O ambiente político disfuncional brasileiro tem que estar no radar de todo mundo.
Júlia Wazlawick (Instagram): Hoje, com a internet e a facilidade de obter informações, torna-se muito mais fácil para o investidor compreender a situação da empresa, além de reforçar a transparência da companhia. O alcance das redes sociais das próprias empresas também tem um papel importante, pois assim a companhia consegue acessar mais investidores. Acredito ser muito mais clara a comunicação para as pessoas jurídicas do que as físicas, principalmente quando se trata de iniciantes no mercado acionário. A comunicação difícil, com textos muito técnicos, dificulta a compreensão de investidores que não sejam especialistas na área.
Ricardo Schweitzer (Instagram): Com algumas poucas exceções, a maioria das companhias não demonstra grande interesse em atender ao investidor pessoa física. E isso parece se relacionar a um cálculo de custo-benefício do tempo das equipes de RI: tipicamente, investidores de varejo têm participações individuais muito pequenas no capital total da empresa e, mesmo quando tomados coletivamente, representam relativamente pouco do volume financeiro do mercado. Parece imperar na maioria das empresas a ideia de que é muito mais efetivo empregar tempo e recursos no atendimento das demandas de grandes investidores institucionais, que têm maior "poder de fogo" para "fazer preço" nas ações, do que dedicar energia a pequenos acionistas.
Gabriela Mosmann (Twitter): Muitas empresas possuem sim boas comunicações e transparência das informações. Todavia, entendo que falta divulgação e incentivo para os investidores buscarem esses conteúdos. Na maioria das vezes as empresas entendem que esse incentivo não é tarefa delas, o que de certa forma pode ser visto como correto. Porém, na minha opinião, é dever de todos nós que estamos no mercado financeiro incentivar o próximo a se informar e investir melhor.
Fabrizio Gueratto - 1 Bilhão Educação Financeira (Youtube): É uma comunicação para o mercado ainda, uma comunicação institucional, dado o fato ela não é traduzida como por exemplo com um vídeo simples para o público leigo, investidor pessoa física, principalmente os novos investidores que não estão nem acostumados com balanço, para eles conseguirem entender o que está acontecendo. Não é uma comunicação clara, as companhias precisam evoluir muito ainda e entender que o investidor pessoa física está cada vez mais entrando na bolsa, talvez nos próximos 3 ou 5 anos vai bater uns 10 milhões de investidores, eles estão cada mais ajudando a movimentar os papéis então eles não são mais aquele "patinho feio" que movimentava muito pouco dinheiro, cada vez mais eles vão ter um peso.
Qual o papel do influenciador para democratizar o mercado de capitais?
Tay Rodrigues (Youtube): Os influenciadores são pessoas que possuem uma base de seguidores que prestam atenção neles e que estão ali para escutá-los. As interações nas mídias e conteúdos produzidos ali, são mecanismos que disseminam a educação financeira. Os influenciadores utilizam vídeos, artes estáticas, comunidades no Telegram, entre outros inúmeros veículos de comunicação para desmistificarem algum conceito do mercado financeiro, ensinar na prática como fazer um determinado investimento e melhorar a relação das pessoas com o dinheiro delas. Essa troca de experiências e informações de uma forma leve e divertida entre os influenciadores e a sua base de seguidores, fazem com que o investidor pessoa física fique bem-informado e mais do que isso, se torne um formador de opinião sobre o mercado financeiro.