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CAPITAL MARKETS LAB: ABRASCA CRIA AMBIENTE PARA FOMENTAR INOVAÇÃO CORPORATIVA & SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS

A Abrasca, por meio da sua Comissão de Inovação Corporativa (CINC), lançou em agosto o Capital Markets Lab, uma iniciativa cujo propósito é acelerar o desenvolvimento de soluções para redução de custos e ganhos de eficiência para as companhias associadas com foco nos aspectos corporativos. Para isso foram feitas parcerias com empresas de tecnologias que promovem inovação com objetivo de tornar o fazer e o produzir mais simples e eficientes.

As primeiras iniciativas deste projeto já estão em execução. A Meta Markets desenvolve um ambiente metaverso para o uso regulado de assembleias e outros eventos; a TradersClub trabalha em uma ferramenta para detectar indícios de insider trading; a Sumaq se dedica a produzir reportes regulatórios automatizados em ambiente colaborativo Workiva; a Pluggy trabalha com oportunidades e riscos do Open Finance; e a SDL – Security Design Lab oferece um Score de riscos cibernéticos para grandes empresas.

Diante do envolvimento com esta agenda, a Comissão de Valores Mobiliário (CVM) convidou a Abrasca a se tornar parceira do seu Sandbox Regulatório, um importante projeto que vem sendo desenvolvido pela Superintendência de Proteção e Orientação aos Investidores da autarquia.

A Abrasca firmou também uma parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) para criar um Grupo de Trabalho visando debater e desenvolver um guia para o RI do Futuro. A meta é identificar e reunir informações e conteúdos para orientar os profissionais nesta nova jornada – que será um grande desafio para esses profissionais.

Outra iniciativa importante foi a parceria da Abrasca com o The Security Design Lab (SDL), instituto de pesquisa aplicada da França, que permite às empresas associadas acesso às informações acumuladas sobre as melhores práticas de segurança cibernética. O SDL tem por objetivo fomentar o debate e promover a troca de experiências e difundir conhecimento sobre cibersegurança.

Esse convênio permite que as associadas da Abrasca gerem seus relatórios de segurança online: basta preencher os questionários e, ao final do dia, elas receberão o CyberScore apontando o seus níveis de segurança. O relatório faz recomendações sobre os pontos fracos e como agir para se proteger e permite aos executivos e board members entenderem a situação da companhia sem necessidade de conhecimento técnico. As informações exigidas das empresas são privadas e não ficam disponíveis para qualquer outro participante do sistema.

O próximo passo definido pela CINC é organizar curso de cibersegurança direcionado a executivos da área de relações com investidores.

Prioridade para inovação
A Abrasca decidiu priorizar o tema tecnologia e inovação em sua agenda de trabalho por entender que são pontos relevantes para manter a competitividade das companhias abertas. Estamos assistindo no mundo mudanças rápidas e disruptivas no modo de produzir, que precisam ser acompanhadas com muita atenção. Na verdade, não temos noção de onde chegaremos com o avanço da tecnologia, mas sabemos ser importante estar preparados para as transformações sociais.

Não deixa de ser surpreendente o que vem ocorrendo nas últimas duas décadas: mudou a forma de se comunicar, produzir, consumir e informar. O dia a dia mudou. Basta olhar o que ocorreu com as operações bancárias, com o modo de comprar e até pedir uma refeição em um restaurante.

Já podemos trabalhar de casa, com ganhos de produtividade, o que era uma grande incógnita antes das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, que desencadeou mudanças radicais. Hoje podemos acompanhar, em tempo real, o que ocorre em qualquer parte do mundo.

Tudo isso tem sido proporcionado pela tecnologia e pela inovação, fatores que estão provocando uma das maiores transformação na histórica da humanidade. A globalização que marcou a virada do século XXI, com a quebra de barreiras comerciais, laborais e monetárias entre países, já foi superada. Estamos na era digital com as informações transitando quase que instantaneamente, sem limite de tempo e espaço. Segundo alguns especialistas, vivemos uma nova revolução industrial, que irá marcar profundamente este século.

A Abrasca entende ser importante fomentar, junto com as empresas, a academia e os reguladores, a cultura de inovação: o caminho para tornar a economia brasileira ainda mais competitiva. Para isso são necessárias políticas de incentivo à pesquisa e à Ciência para criar meios inteligentes de gerar informações, integrar sistemas e oferecer soluções inovadoras.

É preciso ficar muito atento: já somos uma sociedade digital, mas com muitos padrões, serviços e racionais baseados em processos analógicos, o que configura uma assimetria entre o porvir e o que está deixando de existir. As companhias abertas já entenderam a amplitude dessa dicotomia e buscam incorporá-la ao seu modelo de crescimento, o que é positivo para o ambiente de negócios brasileiro.

Eduardo Lucano da Ponte
é presidente-executivo da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).
abrasca@abrasca.org.br


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