Diante das dúvidas sobre o desfecho da crise internacional e com as dificuldades em determinar as premissas econômicas para projetar o desempenho financeiro e operacional das companhias, cada vez mais empresas têm deixado de lado o guidance de resultados.
Durante muito tempo, as empresas mantiveram informações institucionais guardadas para si. Algumas, inclusive, sequer publicavam relatórios anuais. Mas, as transformações no ambiente de negócios fizeram com que a transparência se tornasse fundamental.
O uso do guidance, relatório de divulgação de dados sobre desempenho futuro da companhia, surgiu, então, como um importante passo rumo à transparência. A prática teve origem nos Estados Unidos, sendo muito comum entre os anos de 1999 e 2000, quando começou a se expandir na crescente comunicação das empresas. Já no Brasil, iniciou-se a partir de outubro de 2000, com uma regulamentação que definiu a obrigatoriedade de se divulgar informações iguais para todos os investidores.
As companhias são livres para decidir sobre a conveniência de adotar a prática e também sobre o grau de abertura de informações. Segundo Arleu Anhalt, presidente da FIRB (Financial Investor Relations Brasil), a empresa pode ganhar muito com a divulgação formal de indicadores, a começar pelo clima de conforto que isso traz para a área de relações com investidores no relacionamento com o mercado. “Isso é particularmente útil em períodos mais críticos como os que antecedem a divulgação de resultados, quando aumentam as pressões, e mínimos descuidos dos executivos podem comprometer as boas práticas de governança”, afirma.