Em um artigo publicado na edição passada (Maio.2013) nesta prestimosa Revista RI, tivemos a oportunidade de ilustrar, por meio de uma figura conceitual, as principais teorias da governança corporativa, com base nos estudos realizados por muitos autores. No mesmo constructo, mostramos que existem, ao lado dessas teorias e de forma consistente e coexistente com as mesmas, ainda que sem o mesmo volume de atenção de pesquisadores, várias visões diferentes sobre a governança, as quais oferecem possibilidades instigantes de reflexão.
Assim sendo, discorremos aqui brevemente sobre a visão informacional da governança; porém, não em relação às clássicas assimetrias informacionais que existem entre as organizações e o ambiente externo, ou ainda, entre administradores e proprietários; nesse segundo caso, no âmbito da teoria financeira da governança. Abordaremos aqui a assimetria informacional intra-muros, ou seja, dentro da própria organização, entre a alta administração e o restante da casa, ou entre instâncias da própria alta administração.
Uma das questões mais candentes dessa visão informacional interna é a da entrega e integridade das informações que chegam aos tomadores de decisões, nos níveis dos conselhos de administração e das diretorias executivas. Inicialmente, observamos que informações podem chegar truncadas às diretorias e/ou aos conselhos, por motivos nem sempre conscientes ou explícitos para os atores do processo de governança; informações muito relevantes também podem, simplesmente, não chegar a quem deveria recebê-las.