Em Pauta

PROJEÇÕES PARA 2014 DE OLHO NA DISPUTA ELEITORAL

"É a economia, estúpido!"

Esta frase, emblemática nas eleições norte-americanas de 1992, que resultou na vitória do democrata Bill Clinton, serve agora para o Brasil. Em 2014, a presidente Dilma Rousseff terá que superar a turbulência econômica para conseguir se manter no Palácio do Planalto por mais quatro anos.

“Não temos uma política econômica e a equipe econômica do governo atual é a pior de todos os tempos da história do Brasil. Nunca vi nada igual, tanta ineficiência e má-gestão como agora, com decisões imediatistas e sem nenhum planejamento ou cuidado com o longo prazo”, critica Ricardo Torres, professor de finanças do Business School São Paulo (BSP).

Diante do fraco desempenho da indústria, a economia brasileira pisou no freio no terceiro trimestre e o PIB encolheu 0,5%, pior resultado desde 2009. Já a inflação oficial vem se mantendo, em 12 meses, sistematicamente no teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 6,5%. Alguns analistas acreditam que a inflação será superior a 6% em 2014. O recrudescimento da alta dos preços se daria, sobretudo, a partir do segundo semestre do ano que vem, justamente quando a campanha eleitoral estará na reta final.

Segundo o economista Ricardo Amorim, presidente da Ricam Consultoria, em 2014, o PIB deve crescer cerca de 2%, os juros subirão para impedir que a inflação aumente e o dólar cairá ao longo do ano. “Por outro lado, se uma desaceleração dos estímulos monetários nos EUA deflagrar o estouro de bolhas de ativos pelo mundo, a recuperação da economia chinesa for abortada, ou novas crises financeiras pipocarem na Europa ou nos países emergentes, nosso crescimento será próximo de nulo e, temporariamente, o dólar subirá ainda mais, pressionando a inflação”, afirma. “Em síntese, o Brasil terá, na melhor das hipóteses, um 2014 medíocre. Na pior, estagnação”, completa.


Continua...