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10 ANOS DO ISE

Geraldo Soares, presidente do Conselho de Administração do IBRI, realizou palestra no “Lançamento da 10ª carteira do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial)”, em que destacou que no “White Paper” apresentado no evento o profissional de RI é destacado como “hub” (centralizador e disseminador) das informações de sustentabilidade das companhias.

O evento ocorreu, em 27 de novembro de 2014, das 09 horas às 13 horas, no auditório da BM&FBOVESPA, em São Paulo. A solenidade foi promovida pela BM&FBOVESPA e o GVces - Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV - EAESP. Na ocasião, Geraldo Soares participou do painel "Como comunicar melhor aos investidores as informações socioambientais". O evento deu início às comemorações de dez anos do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

Sonia Favaretto, diretora de sustentabilidade da BM&FBOVESPA, declarou que fazem parte das comemorações o lançamento de uma plataforma de indicadores, hotsite, interface lúdica sobre o questionário ISE; publicação sobre indicadores ISE e sua metodologia e peças especiais de comunicação. Favaretto destacou o link com as informações: http://10anos.isebvmf.com.br

Dal Marcondes, diretor da Envolverde Comunicação e Sustentabilidade, frisou que o evento está dentro de um contexto de homenagem aos empreendedores de sustentabilidade dentro das empresas. “Há uma luta permanente para que o Relato Integrado tenha relevância na hora da tomada das decisões dos investidores”, afirmou o jornalista Dal Marcondes.

No evento, houve o lançamento do “White Paper” produzido por GRI, CDP e CEBDS no âmbito do GT de Empresas Pioneiras da Comissão Brasileira de Acompanhamento do Relato Integrado. O documento destaca a necessidade dos profissionais utilizarem ferramentas financeiras (com conhecimento de contabilidade e Relações com Investidores). A equipe de Relações com Investidores deve atuar como “hub” (centralizador) de informações e da comunicação da empresa. Investidores exigem cada vez mais que os dados do Relato Integrado tenham materialidade. Os analistas querem, também, tempestividade nas divulgações de forma clara e objetiva. Relatar também informação negativa contribui para manter a credibilidade. Os dados sobre ações de sustentabilidade devem colaborar para a avaliação (“valuation”) das companhias. Há necessidade de uma integração entre as questões socioambientais na análise de investimentos, de forma a proporcionar exercício de comunicação de resultados financeiros e não-financeiros de forma integrada perante o público investidor.

Geraldo Soares destacou o interesse de diálogo com as partes interessadas, ou seja, há esforço das companhias em fornecerem os dados socioambientais de forma tempestiva e o ideal seria também maior demanda por parte de analistas e investidores por essas informações para que houvesse diálogo mais produtivo.

Favoretto observou que há intenso trabalho das empresas para participarem do ISE dentro do interesse de tornar o negócio mais sustentável, com melhores práticas, valorização dos ativos intangíveis, visão geral organizacional, desempenho e perspectivas.

Osvaldo Soares, conselheiro do ISE representando a Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), disse que os investidores ficam atentos e de maneira negativa, quando a empresa deixa de participar do ISE, ou seja, é um processo de riscos e oportunidades. Os critérios de avaliação dos investidores são cada vez mais exigentes e a palavra de ordem é criar métricas de avaliação das informações ESG (ambiental, social e de governança). “As preocupações das empresas em participarem do ISE permitem menor volatilidade dos papéis, redução de riscos e preço mais justo para as ações da companhia”, destacou Osvaldo Soares.

Guilherme Leão, diretor de Gestão na Área de Sustentabilidade da ABRAPP (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), ressaltou que principalmente para as grandes fundações as informações de sustentabilidade (sociais, ambientais e de governança) estão no “radar e nos modelos de análise”. A ABRAPP tem procurado estimular que as pequenas fundações ampliem, também, as solicitações de dados socioambientais na análise de investimentos. As empresas que compõem o ISE têm apresentado menor volatilidade e maior retorno, o que está em linha com os objetivos dos investidores.

Conquista
Geraldo Soares, presidente do Conselho de Administração do IBRI, considerou “uma conquista” a comemoração de 10 anos do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial). Soares destacou que o tema tem permeado os Encontros Nacionais de Relações com Investidores nos últimos 12 anos. A Comissão de Sustentabilidade do IBRI tem sempre procurado debater o tema demonstrando a necessidade de consistência do discurso com a prática empresarial, a importância do desejo de informar e não apenas copiar o que está sendo feito por outras empresas, e a necessidade do diálogo com todas as áreas da companhia para ter os dados mais relevantes para disponibilizar para os investidores. As informações têm que ser tempestivas, ou seja, precisam ser úteis para os investidores, não adianta “fazer um relato com informações com defasagem de 6 meses”, observou. Geraldo Soares declarou que os profissionais de RI deveriam olhar as informações socioambientais sob a ótica de riscos e oportunidades. Ele lembrou que o IBRI tem discutido o tema historicamente, tendo sido patrono nos primeiros quatro anos do CDP na América Latina e o assunto é recorrente no Encontro Nacional de RI.
Continua...