Participar do Web Summit Rio, me proporcionou reflexões valiosas sobre o ecossistema de inovação: "Sim! Com certeza, existe uma startup para cada desafio empresarial que desejamos solucionar." Além de ser o maior evento de inovação e tecnologia do mundo, concentra inúmeros investidores nacionais e internacional além das famosas Ventures Capital.
Para que possamos ter uma ideia do volume de pessoas que transitaram pelo evento, tivemos 21.367 pessoas, 974 Startups vindas de 28 países expondo suas soluções e negócios. Os setores mais presentes no evento foram soluções de softwares em geral, fintechs e educação. Participaram também 506 investidores.
ECOSSISTEMA RELEVANTE
Esse ecossistema é verdadeiramente rico e diversificado. Durante o evento, pudemos testemunhar a presença de uma imensa quantidade startups, cada uma delas trazendo soluções incríveis para atender às necessidades do mercado e das empresas. Eram tantos temas abordados, desde saúde, negócios, vendas, finanças, automação de processos, inteligência artificial, metaverso, diversidade, inclusão, LGBTQIAPN+, realidade aumentada, e-commerce, big data, e muitos outros. A diversidade de áreas de atuação representadas ali era realmente impressionante.
Foi fascinante ver como cada startups, principalmente os chamados “founders” (fundadores) estavam empenhados em oferecer soluções inovadoras e eficientes para resolver as "dores" enfrentadas pelas empresas e pelo mercado em geral.
A atmosfera colaborativa e criativa empregada pelo Web Summit Rio, certamente resultará em avanços significativos em diversos setores e principalmente para a cidade do Rio de Janeiro.
HYPE DO MOMENTO
O evento refletiu o grande impacto das tecnologias, principalmente a inteligência artificial (IA), que é a grande sensação do momento. A automação de processos e o aproveitamento de grandes volumes de dados também se destacaram como impulsionadores importantes da eficiência e competitividade.
Durante o evento, tivemos inúmeras palestras curtas que enfatizaram a IA como a principal ferramenta capaz de mudar o rumo de muitos negócios. No entanto, também houve um certo desconforto em relação a temas como "A IA revolucionando a economia" ou "Quais empregos serão eliminados pela IA" e outros assuntos semelhantes.
O evento foi empolgante, pois demonstrou de forma clara como as tecnologias emergentes, em especial a inteligência artificial (IA), estão se tornando cada vez mais presentes e influentes em nosso mundo e nos negócios. Houve uma atmosfera de entusiasmo e otimismo em relação ao potencial dessas tecnologias para impulsionar o progresso e a inovação em diversos setores da economia.
Os avanços mais recentes em IA, desde algoritmos de aprendizado de máquina até redes neurais profundas. As palestras e demonstrações práticas ilustraram como a IA está sendo aplicada em áreas como medicina, manufatura, transporte e finanças, proporcionando melhorias significativas em eficiência, precisão e tomada de decisões.
MAIS E A GOVERNANÇA?
No entanto, também houve uma reflexão sobre as preocupações éticas, de compliance e governança relacionadas à IA. Na palestra de Chelsea Manning, ex-militar do exército americano que trabalha à época com inteligência e ciência de dados, abordou sobre o tema da ética e como devemos estabelecer “limites” sobre o uso da IA. Um elemento que ficou nítido, quando discutimos regulamentação, quanto maior o risco, mais rigorosas devem ser as regras para o uso da inteligência artificial (IA). Essa ideia ganhou destaque no evento, onde se reconheceu a importância de uma abordagem cautelosa e responsável na regulamentação da IA, especialmente em áreas de alto impacto e potencial risco.
Aprimorar a governança da IA e garantir sua conformidade com princípios éticos foi uma discussão evidente durante as palestras. Várias instituições e organizações, como a I2AI – Associação Internacional de Inteligência Artificial, por exemplo, que promovem cursos, palestras e encontros de grupos temáticos para discutir e articular sobre como garantir a ética e a transparência em processos que envolvam a IA e o aprendizado de máquinas.
PROVOCAÇÕES PARA O FUTURO BEM PRESENTE
“A IA generativa é o divisor de águas que promete ser ou é uma moda passageira, como outras tecnologias”? Essas são as perguntas endereçadas a Ben Goertzel, fundadora e CEO da SingularityNET, plataforma de IA descentralizada, ou quais são as oportunidades e perigos envolvidos na automatização de tarefas pela inteligência artificial? E quais trabalhos a IA poderá substituir? Nesta sessão, a cientista-chefe de decisões do Google, Cassie Kozyrkov, fala sobre como navegar pelas novas fronteiras tecnológicas para lidar com a IA de forma segura e responsável. (Fonte: Época Negócios)
Embora seja evidente que haverá muitas discussões sobre o uso da Inteligência Artificial (IA), essas discussões são, em sua maioria, otimistas, reconhecendo o potencial transformador dessas novas tecnologias. No entanto, também é importante ressaltar que ainda há muito a ser compreendido sobre o funcionamento e os impactos dessas tecnologias emergentes.
O evento destacou de maneira incrível como a IA já se tornou uma parte integrante do dia a dia de muitas organizações, tanto no setor empresarial quanto no setor industrial. Foram apresentados casos de uso e exemplos práticos que ilustraram como a IA está sendo aplicada para impulsionar a eficiência, a inovação e a tomada de decisões em diversas áreas.
No entanto, é crucial reconhecer que a implementação da IA ainda enfrenta desafios e demanda um aprofundamento do entendimento. Questões como a interpretação dos resultados gerados por algoritmos de IA, o viés algorítmico e a ética envolvida nas decisões automatizadas são temas que necessitam de uma análise mais aprofundada e adequada.
É fundamental que as organizações e a sociedade como um todo continuem a explorar, questionar e debater os limites e os impactos da IA garantindo que seu desenvolvimento e aplicação estejam alinhados com princípios éticos e respeito aos direitos humanos.
Por fim, o palco do Web Summit Rio foi todo da Inteligência Artificial, que já desempenha um papel significativo nas organizações, seja nos negócios ou na indústria.
Glades Chuery
é diretora da Taticca Allinial Global Brasil; e coordenadora do GT de Mulheres IBRI.
glades.chuery@taticca.com.br