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RENATA OLIVA BATTIFERRO É A PRIMEIRA MULHER A PRESIDIR O CONSELHO DO IBRI por Jennifer Almeida

Renata Oliva Battiferro
Presidente, Conselho de Administração do IBRI

O IBRI promoveu eleição em dezembro de 2023 para membros do Conselho de Administração, tendo batido recorde no número de inscritos. A nova configuração do órgão passa a ter, pela primeira vez na história da entidade, uma mulher na presidência do Conselho. A eleita foi Renata Oliva Battiferro, responsável pela área de RI da Gerdau, que atua há quase 20 anos em Relações com Investidores.

Com atuação ativa no Instituto desde 2018, Renata Oliva Battiferro destaca: “Conduziremos o IBRI a um posicionamento diferenciado no mercado de capitais, consolidando e expandindo várias iniciativas do Instituto”. A seguir acompanhe entrevista.

RI: Como é ser a primeira mulher presidente do Conselho de Administração do IBRI?

Renata Oliva Battiferro: Acredito na meritocracia, assim como em ambientes que oferecem oportunidades iguais e reais de desenvolvimento e promoção para todos. Ser a primeira mulher a ocupar a presidência do Conselho de Administração do IBRI é um marco significativo e simboliza avanços na igualdade de gênero, podendo inspirar mudanças positivas e influenciar a trajetória de outras mulheres para cargos de liderança.

RI: O novo Conselho de Administração do IBRI, eleito em dezembro de 2023, iniciou suas atividades em janeiro de 2024. Quais são os planos para o próximo biênio do IBRI?

Renata Oliva Battiferro: Conduziremos o IBRI a um posicionamento diferenciado no mercado de capitais, consolidando e expandindo várias iniciativas do Instituto, maximizando a percepção da importância do profissional de Relações com Investidores nas esferas pública e privada, tanto no Brasil como no exterior. Além disso, vamos promover a aproximação do Instituto com os profissionais de RI e com aqueles que desejam ter formação para atuar nessa área, desenvolvendo e respaldando a atividade do profissional de RI por meio das melhores práticas de mercado.

RI: A mais recente eleição do IBRI elegeu conselheiros bem diversos. Como você avalia isso?

Renata Oliva Battiferro: Vejo como algo positivo. Esta última eleição contou com um número recorde de inscrições, promovendo um Conselho de Administração com maior diversidade de ideias, experiências e habilidades complementares, além da maior participação do público feminino contribuindo para uma representação mais equitativa nas tomadas de decisões.

RI: Quais são as principais forças do IBRI?

Renata Oliva Battiferro: Acredito que as principais forças do IBRI caminham juntas e podem ser resumidas no tripé: networking, evolução da carreira do RI e aprimoramento do conhecimento. Como exemplos, aproveitar oportunidades de networking, participando de eventos, conferências e grupos relacionados à área de RI permite construir conexões importantes, além de proporcionar diversas oportunidades para o crescimento profissional. Em termos de carreira, o Instituto permite aprimorar o conhecimento e as habilidades do profissional dentro da área de RI, via programas educacionais e eventos. Os relacionamentos do Instituto com as autarquias e demais entidades permitem respaldar os profissionais de RI por meio de informações relevantes sobre as melhores práticas em vigor, contribuindo para disseminação das boas práticas no mercado de capitais por meio da melhor atuação dos profissionais.

RI: O que o IBRI pretende fazer para continuar sua missão de formar e valorizar o profissional de RI?

Renata Oliva Battiferro: É primordial manter o foco na educação continuada com a promoção de cursos, eventos e atualizações. Paralelamente, continuaremos incentivando as certificações relevantes do mercado para os profissionais de RI, a troca de experiências com o objetivo de desenvolver habilidades específicas e o desenvolvimento de uma comunicação efetiva, clara e transparente, acompanhando de perto as regulamentações e as principais tendências, a fim de garantir o melhor entendimento do mercado. Ao investir na formação continuada e na valorização do profissional de RI, as empresas podem fortalecer suas práticas de comunicação com o mercado financeiro e aumentar a eficácia do relacionamento com os investidores e demais stakeholders.

RI: Na sua opinião, o que é preciso para que o Conselho trabalhe “bem orquestrado”?

Renata Oliva Battiferro: Acredito que seja crucial estabelecer uma comunicação clara, definir papéis e responsabilidades, promover a transparência nas decisões e garantir que os membros tenham habilidades complementares para abordar diversos aspectos da administração por meio de um diálogo claro e respeitoso.

RI: Qual é a expectativa para o aumento do número de associados do IBRI?

Renata Oliva Battiferro: Queremos ampliar o número de associados por meio da maior percepção do valor gerado ao profissional pelo Instituto.

RI: Como será o trabalho desta gestão: Conselho de Administração com o CEO?

Renata Oliva Battiferro: Acredito na eficácia de uma atuação próxima, dando autonomia para execução e orientando a gestão conforme as determinações do Colegiado.

RI: Que temas você acredita que estarão na agenda do RI este ano?

Renata Oliva Battiferro: Neste ano, acredito que os temas presentes na agenda do RI serão: 1. Regulamentação e Governança Corporativa: As mudanças nas regulamentações do mercado de capitais e atualizações nas práticas de Governança Corporativa podem exigir ajustes nas estratégias de comunicação do RI para garantir conformidade e transparência. 2. Sustentabilidade e ESG: A crescente importância das questões ambientais, sociais e de governança (ESG) pode impactar a forma como as empresas abordam e comunicam suas iniciativas sustentáveis. Investidores estão cada vez mais atentos a esses aspectos, e as empresas precisam alinhar suas práticas com as expectativas do mercado. 3. Tecnologia e digitalização: A evolução tecnológica pode transformar a maneira como o RI se comunica. A adoção de plataformas digitais, inteligência artificial e análise de dados pode melhorar a eficiência na comunicação e proporcionar uma experiência mais interativa com os investidores. 4. Cenário Econômico e Político: Variações na economia e na política podem afetar a confiança dos investidores. O RI precisará monitorar de perto esses cenários, bem como possíveis impactos nas empresas em que atuam, ajustando a comunicação para fornecer informações relevantes e manter a confiança dos acionistas.

RI: Como você analisa a evolução da posição estratégica do RI no mercado de capitais?

Renata Oliva Battiferro: A posição estratégica de RI tem evoluído significativamente. Antes muitas empresas viam a área de RI como uma função mais voltada para o cumprimento de regulamentações financeiras. No entanto, hoje, a área de RI desempenha um papel mais amplo e estratégico. Investidores e demais stakeholders tornaram-se cada vez mais exigentes em termos de transparência e comunicação proativa. Por conta disso, o profissional de RI deve procurar se antecipar e responder eficientemente às demandas por informações, mantendo a credibilidade da empresa e evoluindo na forma de se comunicar. Como exemplo da evolução do público a ser abordado, o próprio aumento do número de investidores pessoas físicas exigiu que as áreas de RI também evoluíssem, ampliando a acessibilidade e busca por entendimento das informações disponíveis para o mercado. Adicionalmente, a adoção de tecnologias e utilização de ferramentas digitais contribuem, também, para o dia a dia da área de Relações com Investidores, permitindo que os profissionais otimizem a rotina de suas agendas e estejam cada vez mais disponíveis para questões estratégicas.

RI: Como o IBRI vai ajudar os profissionais de RI no alinhamento dos aspectos ESG na gestão das companhias?

Renata Oliva Battiferro: Vamos promover eventos e treinamentos específicos sobre ESG, capacitando profissionais de RI para lidar com essas frentes de forma integrada. Além disso, vamos focar nas diretrizes e orientações, ou seja, estar à frente da evolução regulatória orientando as companhias e seus profissionais de RI sobre como abordar, comunicar e se posicionar frente a questões críticas e de maneira eficaz. No que diz respeito à integração dos relatórios, é importante que as informações relacionadas ao ESG nos relatórios trimestrais e anuais permitam uma visão abrangente do desempenho sustentável da empresa. E, por fim, focar no fortalecimento das práticas sustentáveis na atividade de RI, alinhando as empresas com expectativas e exigências do mercado.