Minas Gerais bate recorde de atração de investimentos e atrai a atenção do mercado de capitais brasileiro para energia, mineração e infraestrutura. Novos aportes formalizados, que somaram R$ 114,4 bilhões em 2023, impulsionam a pauta ESG com destaque para o desenvolvimento socioeconômico e os compromissos públicos perante as mudanças climáticas.
Um dos principais desafios hoje de empresas, governos e sociedade é promover o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, priorizar o cuidado com o meio ambiente. Mas ambas as coisas não precisam colidir, e sim, se complementar. O resultado pode se traduzir no futuro positivo que todos almejam.
Essa é também a meta do Governo de Minas Gerais, que bateu recorde na atração de investimentos privados em 2023. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento, por sua vez, está impulsionamento o desenvolvimento da economia verde, com baixa emissão de carbono.
Nos últimos cinco anos, aliás, o Governo de Minas acumula um saldo significativo para o impulsionamento da economia: já atraiu R$ 387 bilhões em investimentos, com previsão de geração de 191 mil empregos em mais de 650 projetos. Em 2023, o destaque foi para o Vale do Jequitinhonha, região mineira com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e com forte potencial para desenvolvimento de uma ampla agenda ESG, foi a que mais abriu empresas.
“Temos consciência de que, por trás desse desafio, há inúmeras oportunidades para que as instituições possam desenvolver práticas de baixa emissão de carbono, como o desenvolvimento da inovação interna, o que gera maior valor para elas próprias, os stakeholders e a sociedade”, diz o secretário Fernando Passalio. Segundo ele, desenvolvimento econômico e ESG andam de mãos dadas: “os olhos do mundo inteiro estão voltados para esta vertente”.
Passalio ressalta que Minas Gerais se preocupa e mantém ações efetivas na busca pelo desenvolvimento sustentável e uma economia mais limpa. Ele diz que a meta será alcançada por meio da intensificação de ações de descarbonização, atração de investimentos para negócios sustentáveis e a criação de empregos verdes.
“Trabalhamos para que o Estado consiga explorar o grande potencial de energias renováveis com neutralidade de carbono, além de impulsionar a pesquisa e o financiamento de novas tecnologias”, detalha. Ele lembra que, recentemente, a Invest Minas, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), lançou a “Rota da Descarbonização”, com o intuito de criar regulamentações capazes de impulsionar os investimentos necessários para o alcance das metas de descarbonização estabelecidas por Minas Gerais.
Geração de empregos com destaque para os setores de serviços e comércios
Na missão oficial à Ásia, no fim de 2023, que incluiu viagens para a China e o Japão, a comitiva do Governo de Minas Gerais retornou ao Brasil trazendo na bagagem R$ 1 bilhão em investimentos e a geração de emprego.
No total, foram seis novos compromissos firmados com seis empresas diferentes. Também foram realizados onze encontros de prospecção de investimentos que podem ser anunciados futuramente, à medida que as negociações avancem.
A XCMG, empresa multinacional chinesa de fabricação de máquinas pesadas, com sede em Xuzhou, vai expandir a unidade de veículos pesados em Pouso Alegre/MG. A empresa foi ainda determinante para a atração da fábrica de motores da Saic Motor, uma das principais fornecedoras de motores e peças para a XCMG. Além disso, Celer, JingJin e Tamura confirmaram o interesse para ir para Minas Gerais, assim como a alemã Faytech.
Os investimentos atraídos podem gerar mais de duas mil vagas de emprego, de acordo com a expectativa de Passalio. “O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Educação, realiza o projeto Trilhas do Futuro. Em parceria com o Desenvolvimento Econômico, o programa promove um mapeamento que identifica qual setor necessita de profissionais qualificados, com formação técnica para ocupar determinadas vagas no mercado de trabalho”, explica. “Deste modo, podemos saber quais e quantas vagas de emprego existem em aberto ou serão abertas nos próximos anos, nas diversas empresas de Minas Gerais e qual a formação técnica necessária para ocupação”.
Nos últimos cinco anos Minas Gerais abriu mais de 784 mil postos de trabalho formais, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Destes, mais de 191 mil vagas resultaram dos acordos firmados entre o Governo de Minas e investidores privados. Somente em 2023 houve a geração de mais de 54 mil empregos com os empreendimentos captados.
“A nossa missão é criar oportunidades para todos. A instrução do governador Romeu Zema é não fazer distinção em caráter nenhum”, explica Passalio, que completa: “Zema atua fortemente para que as oportunidades sejam para todos, desde o microempreendedor às multinacionais, para que Minas Gerais seja o melhor lugar para se empreender no Brasil”.
O Governo de Minas promove políticas públicas direcionadas às microempresas e empresas de pequeno porte, implementando vários programas e projetos de fomento e melhoria do ambiente de negócios, e, também, trabalhando com o Fórum Permanente Mineiro das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Fopemimpe).
Este último é uma instância governamental estadual competente para cuidar dos aspectos do tratamento diferenciado e favorecido que é dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte, especialmente no que se refere ao incentivo à geração de emprego e renda.
“A secretaria está executando um trabalho ativo para atrair investimentos privados, e também da nossa agência vinculada, a Invest Minas. E as missões internacionais têm papel fundamental neste objetivo. Somente em 2023 atraímos o montante de R$ 98,3 bilhões em decorrência aos acordos firmados durante as expedições oficiais”, diz Fernando Passalio.
Vale destacar que a primeira agência de promoção de investimento do Brasil, Invest Minas, recebeu em 2023 uma premiação da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), órgão ligado à ONU, devido a excelência em promover investimentos para acelerar a transição para uma energia limpa e sustentável, destinada a conter alterações climáticas.
Minas Gerais Participações: modernização da gestão da carteira de imóveis impulsiona desestatizações e injeta recursos aos cofres estaduais
Os números positivos se estendem a alguns órgãos ligados à pasta econômica. Um exemplo é a estatal MGI, a Minas Gerais Participações, especializada na comercialização de imóveis, gestão e saneamento de ativos e operações financeiras, além de oferecer apoio ao desenvolvimento socioeconômico do território mineiro.
As prioridades são a alienação de imóveis de não uso e a recuperação de créditos em liquidação oriundos dos bancos estaduais extintos e privatizados. Em 2023, a alienação de imóveis de não uso do Estado comercializou 48 imóveis, com receita total de R$ 31,8 milhões. Já a recuperação de créditos, envolvendo o trabalho feito por meio de acordos extrajudiciais e processos judiciais direcionados aos devedores dos antigos bancos mineiros, resultou na recuperação financeira de aproximadamente R$ 81 milhões.
Os números alcançados no último ano são somados ao consolidado resultado no período de 2019 a 2022, na comercialização e regularização de imóveis, monetizando o total que ultrapassa os R$ 79 bilhões. “A recuperação de crédito, em parceria com a Secretaria de Estado de Fazenda e a Advocacia Geral do Estado, representou a cifra de R$ 816 mil. Enquanto ao acerto de contas e pagamentos pendentes dos convênios de saída com municípios, realizados em gestões anteriores, repassou R$ 13 milhões. com 478 processos de prestações de contas analisados”, diz o diretor-presidente da MGI, Weverton Villas Boas.
Segundo ele, a MGI "consolida-se como protagonista da execução estratégica de soluções para o Estado, seja por meio da política de desestatização, da recuperação de recursos para os cofres estaduais ou pela gestão de ativos financeiros. Os resultados comprovam a capacidade da MGI para atuar em outras frentes de trabalho, buscando soluções estratégicas para o Governo de Minas Gerais".
BDMG assina primeiro contrato do Brasil com o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e amplia de desembolsos voltados a economia sustentável
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais é outra instituição que merece destaque na região. Só no último mês, o banco mineiro recebeu sinal verde para a captação de cerca de R$ 1,3 bilhão com instituições financeiras internacionais. Além desse acordo com o banco asiático, o BDMG também assinou um contrato com o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), no valor de US$ 34 milhões, cerca de R$ 170 milhões.
“Os recursos serão direcionados para financiar os municípios mineiros em projetos de sustentabilidade, assim como obras, aquisição de máquinas e serviços”, esclarece o presidente Gabriel Viégas Neto.
O BDMG atingiu o recorde histórico de desembolsos (quando empresas e pessoas físicas recebem os valores contratados em empréstimos e financiamentos para alavancar seus negócios) em 2023. Foram R$ 2,98 bilhões liberados em crédito pelo banco até 31 de dezembro, R$ 558 milhões a mais do que em 2022 e um volume 23% superior ao total de financiamentos realizados no período anterior, de R$ 2,42 bilhões.
“Mesmo com todos os desafios o BDMG alcança resultados relevantes, ampliando ano a ano seus volumes de desembolso, financiando mais prefeituras e empresas de todos os portes, especialmente os pequenos negócios. Não há dúvidas de que 2023 foi um ano de grandes entregas do banco”, afirma o presidente do BDMG.
Para o setor público, os desembolsos quase dobraram em relação ao ano passado, ultrapassando R$ 328,5 milhões em 2023. Em 2022 foram R$ 173,7 milhões. Os recursos para prefeituras são oferecidos por meio de linhas permanentes de crédito e editais para apoiar a construção e melhorias de vias públicas, aquisição de equipamentos, investimentos em projetos de iluminação pública, infraestrutura, entre outras iniciativas.
“Para os pequenos negócios, importantes geradores de emprego e renda no Estado, o crescimento foi de 31%, alcançando quase R$ 490 milhões até 31 de dezembro”, ressalta Viégas Neto. Já para as médias e grandes empresas o volume de desembolsos cresceu 12%, chegando a R$ 2,1 bilhões no início deste ano.