O relacionamento com investidores individuais é um dilema para as empresas de capital aberto. Por um lado, o volume financeiro gerado por esse segmento é relativamente baixo, com apenas 15% do volume total negociado na BM&FBovespa, com público total estimado de apenas 592 mil pessoas, segundo o relatório operacional da bolsa de valores de novembro de 2013.
Por outro, o volume negociado não é pequeno suficiente para se ignorado, assim como empresas listadas no exterior ainda podem acessar investidores individuais estrangeiros.
Portanto, o acesso ao varejo pode ser uma oportunidade para se buscar maior liquidez por meio da pulverização das ações no mercado. Outro fator importante é valorização da marca por meio da exposição positiva ao mercado financeiro, um objetivo frequentemente perseguido e muitas vezes mais importante do que o aumento da liquidez em si.
Investidores individuais vs. Institucionais
Em busca dos benefícios em se obter atenção do varejo, empresas que já possuem comunicação com o mercado de capitais frequentemente desejam criar programas para estreitar seu relacionamento com pessoas físicas, mas simplesmente não conseguem obter os resultados desejados. Isso ocorre porque geralmente se comunicam com pessoas físicas da mesma forma que tratam os investidores institucionais, porém com incursões paralelas ao varejo, mas sem um planejamento sólido e consistente.
Isso geralmente não funciona porque esses públicos têm comportamentos muito diferentes, conforme pode ser visto na tabela ilustrativa que compara comportamento genérico entre investidores institucionais e individuais. Além disso, estamos dialogando com um público alvo muito maior em quantidade de pessoas do que o segmento institucional. Do lado institucional, são poucas pessoas físicas que determinam o destino de volumes enormes de recursos. Do lado do varejo, é justamente o contrario e são literalmente milhares de pessoas que precisam receber a mensagem. Se os públicos alvos são tão diferentes, por que os programas de comunicação também não são?