Estudo do BNY Mellon revela que nível de regulamentação do governo é o fator de maior impacto na confiança do mercado global para empresas no Brasil.
O BNY Mellon realiza desde 2004 o estudo “Tendências Globais em Relações com Investidores” para analisar as principais práticas de RI ao redor do mundo, inclusive no Brasil. O BNY Mellon divulgou, no dia 26 de agosto de 2014, em São Paulo, a edição mais recente que contemplou 63 países, com a realização de 693 entrevistas, entre setembro e outubro de 2013, sendo 46 delas respondidas por representantes de companhias que atuam no Brasil.
Durante coletiva de imprensa, Guy Gresham, diretor global da área de Inteligência em RI do BNY Mellon, disse que o risco sistêmico é o tema que mais tem afetado a confiança global dos mercados. “A meta para as empresas que atuam globalmente é aumentar a base de acionistas internacionais”, acrescentou ao informar o principal objetivo do programa de RI continua sendo o aumento da liquidez e a ampliação ou melhora do envolvimento com os acionistas existentes. No caso do Brasil, os diretores de Relações com Investidores classificaram a elevação da liquidez como principal objetivo de RI para 2014, empatado com expansão ou melhora do envolvimento com acionistas atuais (53%). Em seguida, os entrevistados informaram que desejam melhorar a divulgação (38%) e diversificar a base de acionistas (36%).
A pesquisa identificou que o nível de regulamentação do governo tem o maior impacto na confiança do mercado global para empresas no Brasil. Gresham destacou que os departamentos de RI das empresas brasileiras possuem maior número de profissionais (média de 3,9) e de pessoal de apoio (2,9), quase o dobro da média global (2,4 profissionais e 1,5 pessoal de apoio). O estudo demonstrou que, em geral, os profissionais de RI de nível mais sênior têm entre cinco e dez anos de experiência (51%), acima da média global de 44%.
De acordo com a pesquisa, os departamentos de Relações com Investidores no Brasil são os que contam com maior número médio de profissionais e os que mais utilizam as mídias sociais.
Política de divulgação
As empresas brasileiras estão liderando uma tendência global na comunicação com investidores ao adotar uma abordagem mais formal à gestão de risco potencial: 85% das empresas brasileiras disseram ter políticas de divulgação em 2013, comparado a 78% em 2012, ambos acima das porcentagens de empresas no mundo todo (75% em 2013 versus 74% em 2012).
Economia
As empresas brasileiras acreditam, em contraste com seus pares mundiais, que seu ambiente econômico doméstico influenciou a demanda de investidores por suas empresas (81%), mais do que fundamentos específicos da companhia (72%). Globalmente, 72% das empresas relataram que seus fundamentos específicos foram a influência primária na demanda dos investidores, com apenas 60% mencionando o seu ambiente econômico doméstico como sendo influenciador.
Interação com o Conselho de Administração
A pesquisa constatou, também, que as empresas brasileiras informaram maior taxa de aumento em interação entre seus Conselhos de Administração com a comunidade de investimento, com 38% relatando uma alta interação conselho-investidor nos últimos cinco anos (comparado a 30%, mundialmente). Além disso, o Brasil é muito ativo na comunicação com investidores sobre temas importantes como governança corporativa, ambiental e social.
Reuniões
Os RIs de empresas brasileiras realizaram 200 reuniões individualizadas com investidores em 2013, enquanto a média mundial foi de 150 reuniões no ano. “Desse total, mais da metade foi feita exclusivamente pelo RI, o que mostra a importância estratégica da área para as companhias”, declarou Nuno da Silva, diretor da Divisão de Depositary Receipts do BNY Mellon para a América Latina.
Acesse a íntegra da pesquisa “Tendências Globais em RI” na versão em português por meio do link: http://globalirsurvey.com/pdfs/IR_Survey_2013_Brazil_PO_FINAL_APPROVED_ELECTRONIC.pdf